i3s_investigadores3

O programa vai financiar pelo menos 10 projetos até 75 mil euros, durante os próximos dois anos. (Foto: Egídio Santos/U.Porto)

O i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto vai lançar oficialmente esta quinta-feira, 15 de setembro, o programa RESOLVE, destinado à promoção de tecnologias na área da saúde com potencial interesse de mercado. O programa irá financiar pelo menos 10 projetos até 75 mil euros/cada, durante os próximos dois anos. O número de projetos financiados poderá ser maior, dependendo da qualidade das propostas que surjam.

O principal objetivo do RESOLVE é criar as condições necessárias para que tecnologias inovadoras consigam dar rapidamente o salto para uma fase que desperte o interesse de investidores e assim ganharem autonomia.

Segundo Margarida Rossi, um dos membros da equipa do programa, «a maioria das tecnologias com potencial comercial não saem da gaveta pois os autores são conseguem atravessar aquilo que, na nossa gíria, chamamos o vale da morte». De facto, há uma etapa crucial ao desenvolvimento tecnológico que conta com poucos apoios. Essa etapa consiste, normalmente, em terminar o protótipo e provar que o conceito que o sustenta pode ter interesse de mercado. A maioria dos financiamentos disponíveis servem a fase inicial, ainda de investigação pura, ou apenas muito mais à frente no ciclo, quando a tecnologia está pronta para tentar entrar no mercado. A descoberto, fica esta fase de desenvolvimento intermédia, o denominado vale da morte.

RESOLVEJoão Cortez, também da equipa do RESOLVE, indica que existem já alguns prémios de inovação que, não sendo dirigidos exclusivamente a esta fase de desenvolvimento de tecnologias podem apoiar projetos nestas condições. Mas afirma que «o RESOLVE vai muito mais além do financiamento» ao acompanhar cada um dos projetos financiados e disponibilizando um conjunto de recursos e ferramentas essenciais para que o processo corra bem.

Nas palavras de João Cortez, «os novos empreendedores que têm algo promissor em mãos, muitas vezes conhecem mal as etapas que devem seguir, os pontos críticos que devem validar para provarem que o protótipo é algo apetecível aos mercados, ou que caminhos deverão seguir em situações muito concretas». O RESOLVE, que a equipa denomina de programa de ignição de tecnologias, existe precisamente para criar todas as condições, quer financeiras (até 75 000 euros por projeto) quer de acompanhamento e orientação quer através da disponibilização de um conjunto de ferramentas essenciais, para ultrapassar essa fase.

Para já o RESOLVE está centrado na área da saúde, mas poderá expandir-se para outras temáticas dependendo do sucesso do programa. «Estamos certos que o NORTE2020, poderá aplicar mais recursos financeiros neste programa se os resultados forem positivos», adianta Margarida Rossi.

Esses resultados só estarão disponíveis de forma cabal daqui a dois anos, mas com o lançamento do PROGRAMA, bem como com a qualidade das candidaturas que chegarem até dia 2 de novembro, será possível antever um alargamento do programa.

A apresentação oficial do RESOLVE decorre a partir das 14h00, no Auditório Corino de Andrade no i3S.