Assinalando a abertura do novo letivo, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) acaba de lançar o novo programa educativo CienciaETal para 2022/2023, composto por dezenas de atividades para o público escolar de todos os níveis do ensino básico e secundário.

Numa altura em que os investigadores do i3S se destacam na linha da frente de alguns dos maiores combates travados pela Ciência, esta iniciativa do maior instituto na área da saúde em Portugal tem como principal objetivo contribuir para um aumento do conhecimento científico e da literacia em ciências da saúde.

Das atividades previstas destaca-se a abertura dos laboratórios do i3S ao público escolar, o aumento do número de palestras de investigadores nas escolas, a inclusão de atividades práticas para alunos desde o 1º ciclo, ou a disponibilização de novos recursos e materiais de apoio para atividades práticas na sala de aula. Estão também a ser organizadas ações de formação para professores.

Os alunos podem vir conhecer o i3S e os seus laboratórios, receber na escola um dos investigadores do i3S para conversar sobre ciência, participar em workshops ou organizar uma atividade na sala de aula recorrendo aos recursos disponibilizados no site do projeto. (Foto: i3S)

Esta ampla oferta educacional, organizada pela Unidade de Comunicação do i3S, enquadra-se nos currículos escolares dos diversos níveis de ensino, e está estrategicamente relacionada com as áreas de trabalho e de investigação do Instituto, nomeadamente a Biologia Celular e Molecular, o Cancro, a Genética, a Imunologia, a Neurobiologia ou a Medicina Regenerativa.

“Gostamos de falar do que nos fascina! Dos projetos de investigação que ocupam a bancada do laboratório, das descobertas que fizemos e do impacto que têm, das perguntas que às vezes nos tiram o sono, do nosso dia a dia, e porque escolhemos esta profissão. É isso que fazem os nossos investigadores (ou Embaixadores, como lhes chamamos) quando vão às escolas e é isso que os alunos podem ouvir e ver de perto quando visitam o i3S”, explica Marta Teixeira Pinto, que coordena o Programa Educativo do i3S.

Oficinas para o 1º ciclo são a novidade do ano

Uma das novidades deste ano é a oferta de oficinas de ensino experimental dirigido ao primeiro ciclo: «À Descoberta do Cérebro»; «As mosquinhas vão à escola»; «Ai que me doem as costas!»; «Era uma vez…o osso»; «Microbichos» e outras que estão em preparação. A maioria destas oficinas já eram desenvolvidas num programa de parceria, mas, a partir de agora, são oferecidas diretamente pelo i3S.

“A nossa ideia é continuar a alargar a oferta educativa a todos os níveis de ensino, a partir dos inúmeros projetos do i3S. E, sempre que possível, converter essa oferta em algo transferível, ou seja, algo que os próprios professores ou outros centros educativos consigam autonomamente utilizar”, apresenta Júlio Borlido Santos, coordenador da Unidade de Comunicação.

O objetivo, continua o responsável, “é disponibilizar uma série de recursos para serem utilizados pelas escolas que não dependam exclusivamente da disponibilidade de colaboradores do i3S para os implementar.  A formação de professores é uma das formas de consolidarmos esta estratégia, razão pela qual o i3S está, neste momento, em fase de creditação para poder ter também essa oferta”.

As atividades do Programa Educativo do i3S são maioritariamente gratuitas e resultam do empenho e participação ativa de mais de 80 investigadores. Só no ano passado o programa educativo do i3S atingiu mais de 5.500 alunos em ações levadas a cabo pelos nossos investigadores, distribuídos pelas atividades dos embaixadores, visitas, e kits educativos distribuídos.

Também no último ano letivo foram formalizados 11 protocolos de parcerias com várias escolas e clubes, muitas delas no âmbito dos Clubes de Ciência Viva.

Para mais informações pode visitar o site do programa CienciaETal ou entrar em contacto através d endereço de e-mail [email protected].

Atividades de promoção da saúde e da cultura científica

O programa agora lançado enquadra-se num conjunto alargado de atividades de promoção da cultura científica e de promoção da saúde, unidas pelo “selo” i3S.

Entre as iniciativas dinamizadas ao longo dos últimos anos conta-se a campanha 2’ Minutos para mudar de vida, destinada à promoção das mudanças de comportamento ao alcance de cada um para prevenir o cancro e outras doenças não transmissíveis.

Desta iniciativa resultou a primeira série de ficção sobre prevenção de cancro, constituída por de 20 episódios que promovem a partilha de informação e desafiam o espetador a refletir sobre os seus comportamentos.

Além da TV, 2’ Minutos para mudar de vida também está presente na web, no mobile e nas redes sociais, e mais recentemente nas escolas: o Curso online 2’ Minutos para mudar de vida foi desenvolvido para ser utilizado tanto na sala de aula como em ensino à distância, tem acesso livre e é totalmente gratuito.

O curso está organizado em 10 módulos que abrangem os fatores de risco de cancro e os comportamentos preventivos, e permite a seleção de conteúdos a explorar na sala de aula e a sua adaptação às necessidades dos alunos. Estes conteúdos poderão ser aplicados nas disciplinas de Ciências Naturais do 3.º Ciclo, de Biologia e Geologia do Ensino Secundário ou, ainda, no âmbito do Projeto de Promoção e Educação para a Saúde.

A estas ações juntam-se  outras resultantes de parcerias com autarquias e outras regiões que integram a “zona de influência” do i3S. É o caso do Laboratório Aberto, que  consiste numa oferta de sessões educativas protocoladas com a Câmara Municipal do Porto e tem como principal objetivo o ensino experimental das Ciências de modo a fomentar o interesse pela ciência e tecnologia.

Já o Laboratório Aberto de Biologia e Saúde  é um laboratório escolar, protocolado com a Câmara Municipal da Maia e pensado para os alunos desde o pré-escolar, até ao básico e secundário. O objetivo é complementar o ensino das ciências nas escolas, com atividades experimentais.

Ambos os projetos funcionam com monitores especializados que implementam atividades de ensino experimental em temas como a diabetes e o cancro. O objetivo passa por estimular a aprendizagem, de forma dinâmica, de bons hábitos na alimentação e outras rotinas importantes para o rastreio, diagnóstico e prevenção, bem como outras atividades que visam apenas despertar a curiosidade para a ciência.