O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) promoveu, no passado dia 27 de janeiro, a sessão da apresentação do projeto MOBILIsE, uma ERA Chair financiada com 2,5 milhões de euros pela Comissão Europeia que visa posicionar o i3S como uma referência europeia de excelência na área da Bioengenharia Molecular, mais especificamente na engenharia de materiais e na nanotecnologia.

Segundo Helena Azevedo, responsável científica da ERA Chair, o projeto “vai aumentar o potencial de investigação e inovação nacional e, ao mesmo tempo, impulsionar a translação de novos alvos moleculares para a criação de ferramentas e terapias moleculares de diagnóstico e de medicina de precisão aplicadas às principais áreas do i3S: cancro, infeção, doenças neurodegenerativas e reparação/regeneração de tecidos”.

A bioengenharia molecular permitirá, por exemplo, melhorar a disponibilidade e eficácia dos medicamentos existentes, para se poder tratar as doenças de forma mais acessível e com menos efeitos secundários, e criar modelos in vitro 2D e 3D inovadores para acelerar o estudo de várias doenças e desenvolver tratamentos mais eficazes.

A investigadora Helena Azevedo é a responsável científica do projeto MOBILIsE. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Outra das grandes apostas do MOBILIsE, acrescenta Cristina Martins, coordenadora do projeto, “é aumentar o potencial de translação da investigação desenvolvida no i3S e promover a transferência de tecnologia para a prática clínica e para a indústria”. Para tal, serão promovidas atividades com parceiros-chave nacionais e internacionais, nomeadamente academia, institutos de investigação, clínicos e indústria.

O tema da transferência de conhecimento criado pela investigação foi, aliás, amplamente debatido no evento de lançamento, em que jovens investigadores do i3S apresentaram os seus projetos de inovação premiados/financiados, sendo sublinhadas as dificuldades encontradas na conciliação de uma carreira académica com iniciativas dirigidas à criação de start-ups e exploração comercial.

Seguiu-se um debate sobre os desafios encontrados no processo de translação, que contou com a participação da Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Madalena Alves, e representantes da indústria, clínica e agências reguladoras e financiadoras.

Os intervenientes destacaram também o papel fundamental dos gabinetes de transferência de tecnologia na criação de pontes entre a investigação e o mercado. E insistiram na necessidade das unidades de investigação terem profissionais com competências ligadas à gestão e economia da saúde e com experiência prévia na indústria.

A sessão de abertura da sessão ficou a cargo de Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e fez parte do programa da visita que trouxe a governante a vários espaços da Universidade do Porto.