Óscar Lopes é considerado um dos maiores intelectuais portugueses do século XX. (Foto: DR)

O Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto acolhe, no próximo dia 22 de novembro, quinta-feira, a sessão de encerramento das comemorações da Figura Eminente da U.Porto 2018, este ano dedicadas ao historiador e ensaísta Óscar Lopes, antigo professor e primeiro diretor da Faculdade de Letras (FLUP) no pós-25 de abril.

Marcada para as 18h00, a sessão terá como ponto alto a “Conferência a Duas Vozes” que vai juntar o musicólogo Mário Vieira de Carvalho e o maestro José Luís Borges Coelho, Doutor Honoris Causa da U.Porto e fundador do Coral de Letras da Universidade do Porto, numa conversa sobre “Música e Literatura”.

Deste encontro espera-se que resulte “uma breve retrospetiva crítica dos debates em torno de música e significação, fazendo a ponte com algumas reflexões de Óscar Lopes sobre o assunto”. Por outro lado, “será explorada a encruzilhada entre Divina Arte e Belas Letras, destacando-se momentos da sua relação feliz com Óscar Lopes em fundo”, antecipam Fátima Oliveira e Isabel Pires de Lima, docentes da FLUP e comissárias das comemorações da Figura Eminente da U.Porto 2018.

A sessão vai encerrar com a atuação do Coral de Letras, dirigido por José Luís Borges Coelho. (Foto: DR)

Antes da conferência, terá lugar a apresentação do catálogo online da Exposição Evocativa “Óscar Lopes, o saber de muitos saberes”.

A sessão vai encerrar com a atuação do Coral de Letras.

Com esta sessão, a U.Porto encerra o programa de iniciativas que, ao longo dos últimos meses, têm vindo a celebrar o legado de Óscar Lopes um pouco por toda a cidade. Iniciada a 4 de abril com a abertura da exposição evocativa no edifício da Reitoria, a homenagem à Figura Eminente da Universidade do Porto 2018 incluiu uma série de ações abertas à comunidade, nas quais se procurou celebrar a vida e obra daquele que “foi um humanista e um sábio de muitos saberes”.

Sobre Óscar Lopes

Natural de Leça da Palmeira, Óscar Lopes (1917- 2013) foi um intelectual marcante e interventivo da segunda metade do século XX, que deixou uma profunda marca enquanto professor da Faculdade de Letras da U.Porto. Apesar de só ter chegado à Universidade aos 57 anos de idade (foi impedido de lecionar no ensino superior antes do 25 de abril, por motivos políticos), construiu um legado importante enquanto professor catedrático e primeiro diretor da FLUP no pós-Revolução. Até à sua jubilação, em outubro de 1987, foi também vice-reitor da Universidade (1974-1975) no reitorado de Ruy Luís Gomes, tendo sido responsável pela criação do Centro de Linguística da U.Porto.

Paralelamente à carreira académica, Óscar Lopes produziu uma vasta obra ensaística nos domínios da crítica e historiografia literárias, assim como no domínio da Linguística. Com o historiador António José Saraiva, escreveu  a “História da Literatura Portuguesa”, obra que continua a ser uma referência fundamental no ensino daquela disciplina.

O valor da sua obra foi várias vezes reconhecido, em vida, com algumas das mais importantes distinções nacionais no campo da cultura. Pelos seus trabalhos de ensaio e crítica recebeu o prémio Rodrigues Sampaio da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e o prémio Jacinto do Prado Coelho (1985). Em 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, e, em 2006, com a Ordem da Liberdade. Faleceu a 22 de março de 2013, aos 95 anos de idade.