Sendo inequívoco que Portugal é um país com uma enorme tradição na produção de rolhas de cortiça, é também verdade que essa tradição se estende à Universidade do Porto e aos seus investigadores. E porque não criar, a partir daí, vantajosas colaborações entre as Universidades e as indústrias da área? Foi esse o mote para a mais recente sessão A2B (Academy2Business) entre o Grupo OENEO e o Departamento de Química e Bioquímica (DQB) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O encontro teve como anfitriã Ana Cristina Freire, diretora do departamento, e contou com a presença de vários investigadores do mesmo, todos eles com competências de Investigação & Desenvolvimento (I&D) aplicáveis aos desafios atuais da indústria das rolhas de cortiça. E é exatamente isso que o Grupo OENEO, atualmente o segundo maior produtor mundial de rolhas de cortiça, procura extrair destas produtivas relações entre as Universidades e as empresas.

Este não é o primeiro contacto do grupo empresarial com Portugal. O OENEO é um grupo francês que atua no setor do vinho, essencialmente em duas áreas: envelhecimento do vinho e rolhas técnicas de cortiça. Em 2015, adquiriu o Grupo Português Piedade, o qual, juntamente com a empresa francesa DIAM, forma o conjunto de empresas que produzem e vendem as rolhas de cortiça do Grupo OENEO à escala internacional.

Nesta sessão A2B com os investigadores do DQB estiveram presentes Cristophe Loisel (Diretor de I&D da empresa DIAM) e Paulo Monterroso (Diretor de Qualidade do Grupo Piedade), em busca de potenciais maneiras de colaborar com a Universidade do Porto. Como referiu Ana Cristina Freire na sua intervenção, as principais mais valias que o DQB pode oferecer ao Grupo OENEO são a prática do ensino experimental e o facto de, além da investigação aplicada, também desenvolverem investigação fundamental. E é precisamente nessa área de saber que se podem encontrar muitas soluções para a resolução dos complexos desafios que a indústria enfrenta.

As sessões A2B, idealizadas e organizadas pela U.Porto Inovação, pretendem isso mesmo: ajudar a formar parcerias entre as empresas e os grupos de investigação que assegurem uma maior eficácia na valorização do conhecimento. E foi com este objetivo em mente que os intervenientes concluíram existir um enorme potencial entre o DQB e a indústria, nomeadamente o Grupo OENEO. Após o investimento direto que o grupo realizou em Portugal, que lhe permite usufruir da experiência e capacidade produtiva do Grupo Piedade, pretende agora beneficiar da expertise e tecnologias que a Universidade do Porto tem para oferecer, na esperança de uma parceria futura que traga vantagens para ambos.

Esta sessão teve o apoio do U.Norte Inova, um projeto financiado pelo Norte2020, Portugal 2020 e União Europeia.