São três projetos liderados por investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto e ambicionam melhorar a sobrevivência ao cancro e abrir portas ao desenvolvimento de novas terapias contra a tuberculose e a diabetes. Os três estão entre os 30 projetos ibéricos – 12 dos quais liderados por instituições e investigadores portugueses – distinguidos no âmbito do Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde 2021, promovido pela Fundação “la Caixa., em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

No total, trata-se de um financiamento de  7,9 milhões de euros que, ao longo dos próximos três anos, vão apoiar projetos de investigação orientados para o combate a algumas das patologias com maior impacto na saúde a nível mundial. Os 30 finalistas incidem sobre as áreas oncologia (9), neurociências (9), doenças cardiovasculares e metabólicas relacionadas (6) e doenças infeciosas(6).

Um dos projetos selecionados (entre mais de 600 candidatos), na categoria de Oncologia, é liderado pelo investigador Helder Maiato, do i3S, e vai estudar o impacto da diversidade das tubulinas e dos microtúbulos (componentes essenciais para uma divisão celular adequada) na resistência aos medicamentos contra o cancro. O objetivo passa por encontrar respostas que podem ser “chaves” para melhorar a sobrevivência do doente”.

Já no domínio das Doenças Infecciosas, a FCT e a Fundação “la Caixa” vão apoiar um projeto da investigadora Margarida Saraiva, focado na descoberta de novas imunoterapias contra a bactéria causadora da tuberculose – Mycobacterium tuberculosis -, doença que provoca 1,4 milhões de mortes todos os anos.

Mais concretamente, a equipa do i3S quer compreender os mecanismos que levam a que alguns doentes desenvolvem formas graves da doença, enquanto outros apresentam formas ligeiras ou moderadas. Desse conhecimento espera-se que surjam novas imunoterapias baseadas no diálogo entre o agente patogénico e as defesas do doente, especialmente as que atuam nos pulmões.

O terceiro projeto do i3S selecionado para financiamento centra-se no domínio das Doenças Cardiovasculares e Matebólicas e tem como ambição “melhorar a compreensão da componente genética da diabetes”, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos.

Liderado pelo investigador José Bessa, o projeto vai analisar um conjunto sequências de material genético para determinar o seu impacto nas funções genéticas. Espera-se que desse trabalho resulte a identificação de novos marcadores que predispõem para o aparecimento da diabetes, bem como de novos tratamentos.

Sobre o CaixaResearch de Investigação em Saúde

O CaixaResearch de Investigação em Saúde é um concurso promovido ao abrigo da Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica – i4b, estabelecida entre a FCT e a Fundação “la Caixa”, e que tem como objetivo apoiar projetos de investigação em neurociências, doenças infeciosas, doenças cardiovasculares e doenças oncológicas, e em projetos transdisciplinares com enfase em investigação translacional e clínica.

A edição deste ano – a quarta – distinguiu um número recorde de 12 projetos portugueses provenientes de centros de investigação e universidades de várias regiões: 6 da Região Norte (Porto e Braga), 5 de Lisboa e 1 da Região Centro (Coimbra). No total, foram apresentadas 644 candidaturas, sujeitas à avaliação de um júri composto por mais de 500 especialistas internacionais.

Desde a criação do concurso, em 2018, a Fundação “la Caixa” já financiou 29 projetos liderados por instituições portuguesas, promovendo a colaboração entre centros de investigação e universidades ibéricas, num investimento global de cerca de 22 milhões de euros.

Próxima edição já está em marcha

A Fundação “la Caixa” vai lançar no próximo mês de setembro a edição de 2022 do Concurso CaixaResearch Investigação em Saúde, podendo os investigadores interessados submeter as suas candidaturas.

O financiamento a projetos selecionados no âmbito deste concurso pode ascender até 500 mil euros, em três anos, para projetos apresentados por uma única organização de investigação, e até um milhão de euros também em três anos, para projetos apresentados por, no mínimo, duas e, no máximo, cinco organizações de investigação.