Quem passar, por estes dias, pelo Átrio do Museu de Serralves, vai encontrar três obras de autoria de Francisco Laranjo, pertencentes à Coleção de Serralves. Foi esta a forma encontrada pela Fundação de Serralves para homenagear o pintor, antigo professor e diretor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), falecido no passado dia 16 de novembro.

“Trata-se de uma série de trabalhos muito representativa da sua prática. A sua produção artística, que se dividia especialmente entre a pintura e o desenho, singulariza-se pela sobreposição de camadas translúcidas de tinta combinando misteriosas transições de claro-escuro com uma utilização livre da linha em obras singulares de pendor abstrato”, apresenta a Fundação em comunicado.

Com esta iniciativa, Serralves reconhece a importância do trabalho – “erudito, sensível e discreto (exatamente como o seu autor)” – de Francisco Laranjo, bem como ” e a urgência da sua divulgação”.

“A atenção à sua invulgar sensibilidade e o reconhecimento do seu lugar destacado na arte portuguesa são porventura a homenagem mais justa ao artista – e precisamente aquela que Serralves quer ajudar a promover”, destaca a Fundação.

Natural de Lamego, Francisco Laranjo (1955–2022) era Professor Catedrático aposentado da Faculdade de Belas Artes da U.Porto, instituição que dirigiu entre 2008 e 2014. “Enquanto Diretor da FBAUP, contribuiu decisivamente para a construção de pontes com a comunidade académica e artística do Porto, ajudando Serralves a cumprir uma das suas ambições fundamentais: conciliar uma vocação internacional com a permanente atenção ao contexto local”, lembra ainda a Fundação de Serralves

Figura de relevo das Artes Plásticas em Portugal, Francisco Laranjo expôs individual e coletivamente por todo o mundo, tendo a sua obra representada em coleções públicas e privadas em vários países. É o caso da Coleção da Fundação de Serralves, que integra “uma série de trabalhos muito representativos da sua prática, que denota um conhecimento invulgar dos desenvolvimentos artísticos – pictóricos, especialmente – dos últimos 50 anos”.