Micaela Caldeira Sousa, estudante da Licenciatura em Psicologia na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP), foi distinguida com o Prémio Incentivo referente ao ano letivo 2023/2024, tendo concluído o 1.º ano do curso com uma média de 18 valores.

Atualmente a frequentar o 2. Ano, Micaela Caldeira Sousa receberá o prémio no próximo dia 24 de março, durante a Sessão Solene Comemorativa do 114.º Aniversário da U.Porto.

Atribuído anualmente desde 2010 aos melhores estudantes do 1.º ano dos cursos de Licenciatura e de Mestrado Integrado da U.Porto, o Prémio Incentivo é um montante individual equivalente ao valor da propina anual aplicada a estudantes nacionais da U.Porto.

Entrevista com Micaela Caldeira Sousa

Parabéns pelo Prémio Incentivo. Que significado lhe atribuis num percurso académico em construção como o teu?
Micaela Caldeira Souza: O Prémio Incentivo significa uma janela de possibilidades, um sonho em construção. É também o reflexo da dedicação, do esforço e da paixão que tenho pelo que faço e pelo que pretendo alcançar todos os dias. É, realmente, o culminar de um dos muitos objetivos ambiciosos que me coloco, não com o intuito de simplesmente os concretizar, mas de os vivenciar e crescer com eles no decorrer de todo o processo.

O que te motivou a escolher Psicologia e quais os maiores desafios que enfrentaste até agora?
Mesmo sem estar consciente, a Psicologia sempre foi um bichinho atrás da orelha. Por muito tempo, o meu sonho era poder estudar todas as matérias e cursos que conseguisse. No entanto, finalmente – e felizmente – percebi que a Psicologia está viva em todo o conhecimento e em todas as pessoas. A Psicologia está no centro de tudo. Precisamente por ser tão complexa e, na maior parte das vezes invisível ao olho nu da ciência, penso que o maior desafio que enfrento é a falta de respostas e questões nesta área em crescimento.

Quais os aspetos mais positivos que encontras na FPCEUP e o que te parece que poderia ser melhorado?
A FPCEUP tem sido, globalmente, um sítio onde posso encontrar pessoas por trás de professores, e dedicação por trás de uma instituição. É um local onde nos é dada a possibilidade de experimentar curiosidades novas, papéis e vozes diferentes. Apenas sinto falta de um suporte e de uma organização maior, de modo a que possa existir da parte estudantil um sentimento de segurança que nos possibilite criar ambição e poder trabalhar autonomamente.

A Psicologia permite trabalhar em várias áreas de especialização? Quais as tuas perspetivas para o futuro?
Como disse, uma coisa que me aproxima muito da Psicologia é o quão amplas são as áreas em que me posso integrar. Apesar de, antes da licenciatura, já ter algumas inclinações, nomeadamente pela Psicologia Clínica e pelas Neurociências, à medida que vou aprendendo e experimentando novas UC’s, vou-me apaixonando por novos temas. Descobri que gosto muito de Psicologia Social, Psicologia da Aprendizagem, da Justiça, entre outras. Por isso, quem sabe…

O que gostarias de dizer aos jovens, ainda no Ensino Secundário, que pensam enveredar pelo caminho da Psicologia?
A meu ver, existe ainda muito estigma sobre a Psicologia ser uma ciência. Ainda prevalece um discurso que desvaloriza este mundo e tudo o que já foi alcançado ou evidenciado. Se há algo que possa dizer aos jovens que desejam enveredar por este caminho, é que o façam por gosto e paixão genuína pelas ciências psicológicas e pelo imenso potencial que ainda podem vir a dar à sociedade. Façam-no, não por mera concretização pessoal ou por conveniência, mas pelo desejo de virem a contribuir para o legado desta disciplina.