Na sequência de manifestações públicas e de posicionamentos por parte da comunidade estudantil e académica da Universidade do Porto, e em particular da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), sobre o conflito israelo-palestiniano, e considerando a dimensão da tragédia humana e o risco iminente de vida para a população de mais de 2 milhões de habitantes “enclausurada” na faixa de Gaza, os Órgãos da FPCEUP decidiram, após várias reflexões e discussões institucionais, apresentar a seguinte declaração formal:

“Os Órgãos da FPCEUP condenam de forma veemente todas as atrocidades cometidas desde o dia 7 de outubro de 2023, incluindo o ataque terrorista cometido pelo Hamas, do qual resultaram mais de 1.200 mortos e centenas de reféns (incluindo idosos e crianças), e a resposta militar israelita que matou mais de 35.000 palestinianos (na sua maioria mulheres e crianças), destruiu já quase toda a estrutura social e económica da faixa de Gaza (incluindo escolas, hospitais, universidades, centros de apoio social, estruturas de apoio humanitário, etc.) e ameaça dizimar pela guerra e pela fome toda uma população indefesa.

Os Órgãos da FPCEUP apelam, assim, a toda a comunidade nacional e internacional (sem exceção) que exerçam, urgente e firmemente, toda a sua capacidade de influência, quer sobre o governo de Israel para que termine imediatamente a agressão militar e retire do território de Gaza, permitindo a entrada urgente de ajuda humanitária, quer sobre o Hamas para que liberte imediatamente todos os reféns (em linha com a recente resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas).

Apela ainda à comunidade internacional para que assuma as suas responsabilidades e imponha de forma definitiva o Direito Internacional e as resoluções da Organização das Nações Unidas que determinam a criação de dois estados independentes na região, e comece desde já a negociar um plano para a sua implementação efetiva.

A FPCEUP manifesta incondicional solidariedade para com todas as vítimas inocentes deste conflito e mostra total disponibilidade para apoiar, na medida das suas possibilidades e de acordo com o nível de competência dos seus recursos humanos, os esforços de reconstrução e requalificação dos setores da educação, incluindo o sistema educativo e as suas instituições, da saúde (sobretudo na área da Saúde Mental) ou de investigação em todo o território da Palestina.”