O Seminário Co-construção e Inclusão Social na Educação, que teve lugar no dia 25 de junho na FPCEUP, foi marcado pela apresentação nacional dos resultados dos projeto europeu COSI.ed: Co-created Education Through Social Inclusion.

Desenvolvido em parceria colaborativa com instituições de cinco países europeus (Noruega, Dinamarca, Polónia, Espanha e Portugal), com apoio do programa Erasmus +, COSI.ed iniciou as suas atividades em 2021, na senda de um projeto anterior intitulado Marginalisation and Co-created Education (MaCE).

Na evolução do MaCE para o COSI.ed, o grande objetivo passou a ser a amplificação de boas práticas para a inclusão social de jovens em situações de vulnerabilidade ou risco de abandono da educação ou formação. O foco foi colocado em 4 grandes aspetos: a importância do contexto; a abordagem indireta; a co-construção da aprendizagem; e a literacia para a igualdade. Simultaneamente, enfatizaram-se os processos colaborativos de construção de conhecimento e de tomadas de decisão, centrando-se o processo educativo na relação entre a pessoa jovem e a pessoa adulta educadora.

Envolver a comunidade local

Do projeto fizeram parte as professoras Amélia Veiga e Ana Cristina Torres, membros do CIIE da FPCEUP, para além das professoras Eunice Macedo e Sofia Santos e da mestranda Mariana Fonseca.

Contou ainda com a participação ativa de jovens estudantes e de profissionais da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos (ESOM), que se envolveram em diversas ações, entre elas, a dinamização de atividades de investigação e de aprendizagem aplicando os princípios da abordagem indireta e do quadro de literacia da igualdade; ou ainda a montagem e dinamização de Grupos Colaborativos de Competência (GCC) com diversos membros da comunidade: jovens profissionais da ESOM, estudantes de mestrado, agentes de decisão política e investigadores externos ao projeto.

Quo vadis, políticas de inclusão?

O COSI.ed debruçou-se também sobre a análise comparativa de políticas de inclusão social nos cinco países participantes, o que permitiu concluir a transversalidade de duas ideias: por um lado, a construção de sociedades mais inclusivas e, por outro, a promoção da igualdade de oportunidades. Neste contexto, como sublinha a Professora Amélia Veiga, “a inclusão é encarada como um conceito social – e não meramente educativo”.

Em Portugal, alguns aspetos dessas políticas de inclusão passaram, entre outros, pelo “Livro Branco Educação e Formação”, que enfatiza a aprendizagem ao longo da vida e as parcerias com o setor privado; ou ainda a Lei de Bases da Educação 46/86, que cria a obrigação escolar até aos 15 anos, promovendo o acesso igualitário.

Numa lógica de disseminação de boas práticas, o site do projeto COSI.ed disponibiliza, em Inglês, vários documentos de trabalho produzidos ao longo dos últimos três anos.