(Re)conciliação? Articulação? Equilíbrio? Integração? Qual dos conceitos é o mais adequado quando nos referimos à relação (idealmente saudável e construtiva) entre o trabalho e a vida pessoal? O tema, não sendo apanágio da carreira de investigação, foi o mote de um encontro promovido no passado dia 6 de dezembro pelo Centro de Psicologia da Universidade do Porto (CPUP), um dos centros de investigação integrado na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP).
Intitulado Cientistas com Vida, o evento reuniu membros do CPUP: investigadores, docentes e estudantes de Doutoramento. O objetivo, segundo a Diretora do CPUP Paula Mena Matos, foi reforçar o debate interno, fomentando momentos de reflexão e de cocriação em que se buscaram soluções para uma maior conciliação entre o trabalho de investigação e as outras esferas da vida.
O Modelo de exigências-recursos, apresentado pela Professora Marisa Matias, foi um dos pontos de partida para a reflexão, antes das pessoas participantes serem organizadas em 8 grupos de trabalho. Embarcaram, então, no desenvolvimento de uma jornada empática, criando personas de investigadores, apresentando problemas, imaginando e partilhando soluções alternativas.
No final, uma votação identificou as ações prioritárias que poderiam ser implementadas pelo CPUP a curto-médio prazo, no âmbito de um Memorando de Entendimento entre os membros da Comunidade CPUP.
Criado em 1980, o CPUP estrutura o seu trabalho de investigação em torno de cinco grupos: Cultura, Normatividade e Diversidade; Desenvolvimento e Educação; Sexualidade e Género; Mente, Corpo e Cérebro; e Dinâmicas Relacionais, Processos de Mudança e Bem-estar. Mais de 70 investigadores e de uma centena de estudantes de Douramento integram atualmente o Centro, que conta com o financiamento da FCT.