Durante os próximos dez meses, investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP) vão acompanhar casais que vão ser pais pela primeira vez. O objetivo é analisar o acesso aos cuidados de saúde e apoios sociais durante a gravidez e o período pós-parto, no contexto da pandemia de covid-19.

Em entrevista à agência Lusa, Mariana Carrito, investigadora do SexLab, adianta que este estudo pretende compreender o “impacto na saúde mental perinatal e após o nascimento”, especialmente numa altura em que os cuidados e apoio foram alterados, desde o adiamento de consultas, impedimento de assistir ao parto, entre outros.

Esta análise vai permitir analisar as vulnerabilidades das grávidas e compará-las com as dos seus parceiros. O contexto exógeno pode ser responsável por um maior nível de stress, potenciando episódios de depressão pós-parto com impacto na relação entre o casal e o bebé.

A par do estudo, o grupo de investigação vai desenvolver conteúdos para sensibilizar a população e alertar para as consequências associadas a um período de gravidez em contexto da pandemia de covid-19.

Para Mariana Carrito, “é importante que as mulheres grávidas tenham um apoio social forte, que lhes permita fazer frente a estas vulnerabilidades e sentirem-se acompanhadas pela sua comunidade e pelas instituições médicas de que dependem”.

O projeto de investigação, desenvolvido pelo Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab), da FPCEUP, foi um dos selecionados no âmbito do “GENDER RESEARCH 4 COVID-19”, um apoio especial direcionado a projetos de investigação sobre o impacto da pandemia nas desigualdades de género e violência contra as mulheres e violência doméstica. Conta com a colaboração de membros do Centro Materno Infantil do Norte e vai receber um financiamento de perto de 40 mil euros.