Porto, 1938. Enquanto o mundo se prepara para o maior conflito da história da humanidade, Zulmira da Mota e Castro vive o sonho de uma jovem caloira de Farmácia. Alberto Correia da Silva, por sua vez, dava ainda os primeiros passos de uma carreira que o consagraria como um dos mais ilustres nomes das ciências farmacêuticas em Portugal.

Nos cinco anos seguintes, haverão de cruzar-se muitas vezes nas salas do então novo edifício da Faculdade de Farmácia (FFUP), na Rua Aníbal Cunha. Ele como professor assistente. Ela como estudante. A melhor do curso de 1943. Mas as fotos – uma das grandes paixões de Alberto – guardadas no baú da família  denunciam algo mais. “Será que as antigas paredes da FFUP testemunharam o início de uma história de amor entre estudante/professor?…”, pergunta-se Marta Correia da Silva, neta e também ela professora da FFUP.

Na verdade, Zulmira “nunca admitiu que namoraram durante o curso”. O certo é que, um ano depois de ela terminar o curso, Alberto dedica-lhe a foto do seu doutoramento. O casamento chegaria em 1946. Dele nasceram dois filhos, um médico e um farmacêutico, também eles formados na U.Porto. Quanto a Zulmira, nunca chegou a exercer a profissão. Em vez disso, “foi sempre o braço direito do meu avô. Como muitos homens de Ciência, ele não era tão seguro quanto parecia. E ela, na sombra,  era a fonte de confiança dele”.

E foi assim até à morte de Alberto, em 1979, com 69 anos, pouco antes de dar a sua última aula como professor catedrático da FFUP. Ela faleceu em 2016, aos 94 anos. E, tal como nas melhores histórias de amor, com eles, partiu o segredo que permanecerá para sempre, e apenas, nos seus corações.

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