Para que possam salvar vidas em qualquer parte do Mundo, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) vai oferecer aos seus estudantes de Medicina, a partir do próximo mês de março, uma formação certificada pela American Heart Association em suporte básico de vida. Reconhecida a nível internacional, esta certificação cumpre um protocolo rigoroso que é ensinado e executado de igual forma em todo o globo, seguindo os mais elevados padrões clínicos.

A execução correta e atempada das técnicas de suporte básico de vida é das mais importantes competências médicas. Por isso, sempre foram ensinadas aos estudantes de Medicina, desde cedo na sua formação.

Mas “esta certificação internacional traz um valor acrescido para os futuros médicos e para seus futuros pacientes, constituindo uma garantia extra da qualidade da assistência prestada”, explica a intensivista e professora da FMUP Cristina Granja.

A obtenção do certificado obriga ao treino com simuladores e com um desfibrilhador automático externo, um equipamento que existe em diversos locais, como estádios e pavilhões desportivos, aeroportos, centros comerciais, hipermercados, bancos, aeronaves, casinos, e unidades hoteleiras, e cuja utilização adequada salva vidas.

Uma técnica que salva vidas

“A desfibrilhação consiste na aplicação de uma corrente elétrica numa vítima em paragem cardiorrespiratória, através de um desfibrilhador automático externo, tendo como objetivo reverter a paragem cardíaca”, explica Cristina Granja.

Como resultado, o coração volta a contrair e a bombear sangue para o corpo, nomeadamente, para o cérebro e coração. No entanto, a utilização deste equipamento exige formação adequada e atualizações regulares.

Com esta certificação da American Heart Association, “a Faculdade quer assegurar que todos os seus estudantes do Mestrado Integrado em Medicina saem a possuir as competências técnicas e clínicas necessárias, tanto à identificação da necessidade como à execução de manobras de reanimação, bem como contribuir para um uso mais eficiente dos desfibrilhadores que vão existindo, em número cada vez maior, em locais públicos do nosso País” adita Altamiro da Costa Pereira, diretor da FMUP.

Recorde-se que a morte súbita cardíaca é causada maioritariamente por uma arritmia cardíaca chamada fibrilhação ventricular, que impede o coração de bombear o sangue. O único tratamento eficaz para a fibrilhação é a desfibrilhação elétrica. Nestes casos, a probabilidade de sobrevivência é tanto maior quanto menor for o tempo decorrido entre a arritmia e a desfibrilhação.

Formação arranca em março

Disponibilizado de forma gratuita, o programa de formação, treino e certificação em suporte básico de vida vai arrancar no início de março, no Centro de Simulação Biomédica da FMUP.

Inicialmente, o programa contemplará os cerca de 300 estudantes que frequentam o último ano do curso, podendo ser alargado a estudantes mais jovens já no próximo ano letivo.

As sessões de formação serão ministradas a grupos de seis estudantes, cumprindo um escrupuloso protocolo de higiene que garante a segurança de todos os participantes.