Parto pré-termo é aquele que se inicia antes de completadas as 37 semanas de gravidez. (Foto:DR)

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) está a realizar, em parceria com o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e o Centro Materno Infantil do Norte, um estudo sobre as alterações oxidativas no sangue materno associadas à ameaça de parto pré-termo, uma das principais causas de mortalidade e morbilidade neonatal.

É definido como parto pré-termo aquele que se inicia antes de completadas as 37 semanas de gravidez, fenómeno que ocorre em cerca de cinco a dez por cento das gravidezes. As principais causas associadas a este problema são as doenças inflamatórias intra e extrauterinas, alterações anatómicas do útero, anomalias no colo uterino, gravidez múltipla, entre outras. No entanto, em trinta por cento dos casos não há uma causa determinada.

O stress oxidativo é uma condição biológica em que ocorre desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigénio e a sua desintoxicação através de sistemas biológicos que as removam ou reparem os danos por elas causados. Este fenómeno é responsável pela oxidação e disfunção de moléculas importantes que foram relacionadas com o risco de pré-termo da gestação, bem como de restrição de crescimento uterino e descolamento de placenta.

Assim sendo, a equipa de investigação propôs-se a estudar indicadores séricos do estado de oxidação, como, por exemplo, as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, a carbonilação de proteínas séricas e o teor de dismútase de superóxido.

Para além de aprofundar os conhecimentos sobre o comportamento normal destes indicadores com o aumento da idade gestacional e no início do trabalho de parto espontâneo a termo, este estudo pretende testar a sua aplicabilidade como preditores de partos pré-termo.