Um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto revelou o potencial impacto das células do cordão umbilical na progressão do cancro da próstata.

Publicado na revista científica Human Cell, o estudo avaliou os efeitos dos fatores libertados pelas células estaminais do tecido do cordão umbilical e do plasma do sangue do cordão umbilical (SCU) em células provenientes de cancro da próstata.

“Os fatores libertados pelas células estaminais mesenquimais (CEM) promoveram morte celular, diminuição da multiplicação e da migração das células cancerígenas sem afetar as células não malignas”, esclarece Andreia Gomes, investigadora da FMUP.

De acordo com a cientista, as CEM e o SCU são ricos em numerosos fatores de crescimento e fatores anti-inflamatórios e, por isso, “capazes de modular a proliferação e a sobrevivência das células tumorais, bem como a imunidade e a formação de vasos sanguíneos”.

Descobertas “abrem” novas perspetivas

Para os investigadores, os resultados deste trabalho perspetivam um horizonte de esperança sobre os possíveis mecanismos pelos quais as células estaminais do tecido do cordão e o plasma de SCU reduzem a progressão do cancro da próstata, reforçando ainda mais o seu uso potencial como nova opção terapêutica.

“Este estudo abre caminho para uma abordagem terapêutica promissora, baseada na utilização de fatores libertados pelas células do cordão umbilical, bem como de componentes do plasma do cordão no tratamento do carcinoma da próstata”, conclui Raquel Soares, professora da FMUP e líder do grupo “Metabesidade” do i3S.

Intitulado “Impacto do secretoma das células mesenquimais do cordão umbilical e do plasma do sangue do cordão umbilical na progressão do cancro da próstata”, o artigo é da autoria dos investigadores André Sousa, Pedro Coelho, Fernanda Leite, Catarina Teixeira, Ana Catarina Rocha, Inês Santos, Pilar Baylina, Ruben Fernandes, Raquel Soares, Raquel Costa e Andreia Gomes, tendo contado ainda com a colaboração da BebéVida.