Equipa envolveu professores, médicos e enfermeiros da Faculdade de Medicina da U.Porto e do Centro Hospitalar de São João. (Foto: DR)

Numa união entre investigação e a prática, uma equipa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) realizou, pela primeira vez em Portugal, uma cirurgia inovadora para o tratamento de enxaquecas.

O procedimento, realizado através de uma técnica minimamente invasiva que obriga ao internamento de apenas um dia, consiste em secionar os músculos situados na testa para libertar nervos adjacentes – que são frequentemente o fator desencadeante das cefaleias. Estudos apontam que mais de 80% dos doentes que realizaram esta intervenção ficam completamente curados ou têm uma redução drástica na frequência de crises.

O procedimento envolve uma técnica minimamente invasiva que obriga ao internamento de apenas um dia. (Foto: DR)

“Apesar de se tratar de uma nova arma terapêutica que pode ser aplicada num elevado número de doentes, o procedimento deverá ser só usado caso não exista resposta a medicação”, alerta António Costa-Ferreira, professor e investigador da FMUP e um dos cirurgiões principais envolvidos na operação.

“O procedimento foi realizado em junho no Centro Hospitalar de São João numa paciente que passou de várias crises semanais para ausência completa de sintomas”, acrescenta o docente e cirurgião plástico.

Ainda que num futuro próximo possa vir a ser utilizado para combater um problema que afeta 12% da população mundial, este procedimento foi inicialmente desenvolvido para fins estéticos. Percebeu-se, posteriormente, que a intervenção tinha o efeito secundário inesperado de minimizar – ou resolver – a patologia.