Encontra-se disponível o Libreto “Materiais para a Salvação do Mundo 9” com a organização de Pedro Eiras.

“Neste volume, Bruno Ministro parte de uma reflexão sobre a função «salvar como», presente no software, para pensar modelos como a rede, a raiz e o rizoma, observando o imaginário da árvore na poesia de António Ramos Rosa e o processo de reescrita experimental em Rui Torres, numa «permanente tensão relacional entre repetição e variação», criação, incorporação, liberdade; Inês Cardoso lê Raving, de McKenzie Wark, a partir de uma evocação do «fim de um mundo», demonstrando a capacidade de resistência e reinvenção de si em actividades como a escrita, a participação na rave, a autoficção, a autoteoria, um «hackear da conceção patológica de dissociação», reequacionada a partir do seu potencial estético e «ressociativo»; e Ivana Schneider interroga a polissemia inerente à ideia de salvação em três narrativas de Guimarães Rosa («Famigerado», «A terceira margem do rio», «A benfazeja»), interrogando os conflitos entre o indivíduo e o seu contexto – familiar, social, natural –, e demonstrando que salvar alguém é também «salvar o mundo daquele que se sente ameaçado».”