A Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), o Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória  (CITCEM) e o Museu e Igreja da Misericórdia do Porto (MMIPO) vão lançar, no próximo dia 28 de abril, um conjunto de três exposições virtuais dedicadas à “Rua das Flores”, desenvolvidas por um grupo de estudantes do Doutoramento em Estudos de Património, especialização em História da Arte, da FLUP.

Concebidas no âmbito do encerramento do ciclo de comemorações dos 500 anos daquele que é um dos mais icónicos arruamentos da cidade do Porto, as três exposições ensaiam uma leitura polissémica da Rua das Flores, a partir de narrativas complementadas entre si e que convidam o visitante a olhar a Rua ao detalhe – online ou offline -, através da desconstrução de camadas temporais.

Em “Rua das Flores I. Usos” a atenção foca-se na Rua enquanto “Criação”, espaço de diferentes “Usos” e “Mutações”. Já a “Rua das Flores II. Materiais e Formas” mostra como o arruamento se fez e se transforma continuamente a partir de “Materiais. Formas. Texturas. Cores”.

Por fim, na “Rua das Flores III. Significados” são visíveis outras camadas históricas que marcaram esta tão determinante artéria da malha urbana do Centro Histórico do Porto. Expõem-se aqui, portanto, “Significados. Experiências. Sentidos”.

O lançamento e apresentação das exposições vai ter lugar pelas 18h00, na Igreja Privativa da Misericórdia do Porto, seguindo-se uma sessão que terá como palco a própria Rua das Flores. As exposição ficarão depois disponíveis na plataforma Google Arts & Culture, na página da FLUP.

As exposições foram produzidas sob a coordenação das docentes e investigadoras da FLUP, Ana Cristina Sousa e Maria Leonor Botelho, com o apoio do CITCEM e da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

Sobre a Rua das Flores

Aberta em 1521, em terrenos das hortas do Bispo do Porto, a Rua das Flores converteu-se num eixo de ligação entre as cotas baixa e alta da cidade, acompanhando as suas transformações urbanísticas e económicas. Pela sua largura, foi uma das primeiras a permitir a circulação de carros de tração animal, facilitando o escoamento dos produtos que chegavam, pelo rio e pelo mar, à zona ribeirinha.

A designação de Santa Catarina das Flores deveu-se à especial devoção que D. Pedro da Costa, bispo da cidade à data da abertura da rua, nutria por esta Virgem Mártir.

Na sua longa história, esta importante artéria comercial conheceu períodos de prosperidade e de declínio, tendo recuperado, nos últimos anos, a sua força económica e cultural, afirmando-se como palco privilegiado dos mais diversos espetáculos de rua.

Construída em 1521, durante o reinado de D. Manuel, a Rua das Flores estabeleceu-se, até hoje, como uma das mais importantes artérias do Centro Histórico do Porto. (Foto: DR)