Em Portugal, o futebol é desporto-rei, e na vida de João Barros, essa paixão reina, de forma partilhada, com a engenharia.

O jogador do Boavista Futebol Clube estreou-se, esta temporada, ao mais alto nível do futebol profissional português, e é uma das grandes promessas da equipa axadrezada.

Conhece um pouco mais da história do estudante da Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, que quer ajudar o clube do coração a regressar aos grandes palcos, e que sonha um dia chegar à Premier League de Inglaterra, ou à LaLiga de Espanha.

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João Barros no SL Benfica – Boavista FC, da 23.ª jornada da Liga Portugal Betclic. FOTO: Boavista FC.

Como é que o futebol surgiu na tua vida?
O futebol surgiu de forma muito natural. Sempre que via uma bola gostava de dar uns chutos e correr atrás dela. Quando era mais novo via o meu primo mais velho a jogar no FC Foz e ele insistia que eu também devia começar a jogar, então quando tinha uns 5 anos fui fazer os meus primeiros treinos no Foz. Também comecei por essa altura a fazer treinos na minha escola, no Lycée Français International de Porto (LFIP). Desde essa altura nunca mais parei de jogar.

Representas o Boavista FC, uma das equipas mais históricas do futebol profissional português, uma das poucas que já foi Campeã Nacional. O que é que significa para ti representar um clube desta dimensão?
Para mim é um orgulho enorme poder representar este clube. Conheço bem a história do Boavista e desde miúdo que o acompanho. Cheguei ao clube com 12 anos e desde então sempre foi o meu sonho representar o Boavista. Ia ao Bessa e via a emoção dos adeptos a ver os jogos, via o amor que sentiam pelo clube, e era impossível ficar indiferente. Foi desde a bancada que percebi a importância e grandeza do Boavista, por isso sempre que visto a camisola tento dar tudo de mim.

Estreaste-te em agosto de 2024 na Primeira Liga de futebol profissional, com apenas 18 anos, frente ao Casa Pia AC, a contar para a primeira jornada da prova. Era algo que esperavas alcançar tão rapidamente?
Não esperava poder estrear-me tão cedo. Quando assinei contrato no verão, nem esperava estrear-me durante este ano, era apenas um sonho. Mas felizmente as coisas tomaram outro rumo e pude estrear-me logo no primeiro jogo do campeonato.

João Barros no Estoril Praia – Boavista FC, da 21.ª jornada da Liga Portugal Betclic. FOTO: Boavista FC.

Um mês depois, fizeste a estreia a titular em pleno Estádio do Bessa, frente ao SL Benfica. Como foi viver os momentos que antecederam o apito inicial?
Foram momentos incríveis. Antes de entrar em campo, estava um pouco ansioso e nervoso, mas ao pisar no relvado, foi como se tivesse esquecido de tudo, e queria realmente disfrutar do jogo. Entrar num estádio cheio, com um ambiente incrível, contra uma das melhores equipas do campeonato, foi sem dúvida especial. Nesse jogo foi também a minha estreia no Bessa, nunca tinha jogado em casa, outro sonho que também pude realizar. Foi um momento que nunca irei esquecer.

O que é mais gostas quando tens uma bola nos pés?
Gosto de me sentir livre. Quando jogo futebol consigo esquecer as minhas preocupações e realmente divertir-me.

O que é que esperas alcançar na tua carreira de jogador de futebol?
Espero poder ajudar bastante o Boavista, o meu clube, que me permitiu chegar ao nível a que sempre sonhei chegar. Espero também conseguir ganhar alguns títulos e, quem sabe, jogar um dia na Premier League ou na LaLiga.

João Barros no Boavista FC – FC Arouca, da 17.ª jornada da Liga Portugal Betclic. FOTO: Boavista FC.

Que ídolos é que tens nesta modalidade?
O meu ídolo sempre foi o Cristiano Ronaldo. Ele é uma inspiração, por tudo o que já ganhou e ainda ambiciona ganhar. Para mim, é o melhor jogador de sempre.

Estás a frequentar a Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial. Estás a gostar do curso?
Sim, estou a gostar bastante do curso, é um curso bastante interessante que tem cadeiras bastante variadas. Não pensei que fosse gostar tanto como estou a gostar.

Sempre foi um objetivo para ti entrar aqui na FEUP?
Não, nem sempre foi um objetivo. Sempre fui bom aluno e gostava bastante de matemática e de físico-química. Ainda duvidei entre ir para gestão na FEP, mas acabei por optar pela Engenharia e Gestão Industrial na FEUP, e acredito que foi uma decisão bastante acertada.

Encontras algum paralelismo entre o futebol e a engenharia?
Sim, acho que na engenharia é preciso ser capaz de ter um pensamento bastante evoluído. No futebol, pensar também é muito importante. Os melhores jogadores são aqueles que pensam melhor e mais rápido no momento da decisão.

João Barros no FC Porto – Boavista FC, da 16.ª jornada da Liga Portugal Betclic. FOTO: Boavista FC.

Como é que é concilias os trabalhos no Boavista FC com os estudos na FEUP?
Nem sempre é fácil conciliar ambos, mas com alguma determinação e vontade tudo é possível. Treino quase sempre de manhã, e então tenho algum tempo de tarde para aproveitar e estudar. Tento sempre aproveitar os pequenos momentos nos quais não iria fazer nada para estudar. Assim, costumo estar sempre tranquilo e nunca preciso de estudar muito em cima dos testes.

O que é que mudarias para poder facilitar esta conciliação?
Dava-me bastante jeito que as aulas fossem de tarde para que eu pudesse estar presente. Com aulas e treinos de manhã, são raras as aulas às quais eu consigo assistir. Por isso, tenho de estudar quase tudo por mim.

Quais é que são os grandes objetivos para a tua vida enquanto futebolista e engenheiro?
Ainda tenho muitas dúvidas quanto ao meu futuro. Tenciono fazer um mestrado quando acabar o curso, mas apenas mais tarde vou ser capaz de definir com mais clareza o que realmente tenciono fazer.

João Barros no SL Benfica – Boavista FC, da 23.ª jornada da Liga Portugal Betclic. FOTO: Boavista FC.