Pensamento crítico e análise criativa são os princípios orientadores da maior competição nacional de engenharia – a European BEST Engineering Competition (EBEC) – criada em 2015 pela BEST Porto, uma organização europeia não lucrativa com sede na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Dez anos depois, a maratona de 24h, que permite a estudantes de engenharia e ciências demonstrarem o seu talento, continua a percorrer os corredores da FEUP com mais uma edição a acontecer de 8 a 10 de março.

240 participantes vão ser postos à prova num fim de semana marcado pelo improviso, pelas noções básicas de engenharia, pela capacidade de resistência e ainda pela originalidade e inovação das soluções apresentadas durante a competição.

Dirigida a todos os estudantes da FEUP e da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), a competição creditada pela Universidade do Porto com 1,5 ECTS divide-se em duas modalidades. A vertente Case Study procura uma solução teórica para dois problemas reais. Já na Innovative Design, cada equipa deve construir um protótipo com materiais e ferramentas de oficina.

Aprendizagem baseada em desafios: uma abordagem pioneira

Para resolverem o desafio proposto em 24h e com acesso a recursos limitados, os estudantes desenvolvem competências como gestão do tempo, stress e de recursos, adaptabilidade e resiliência. São competências transversais essenciais para a formação de futuros profissionais STEM (“Sciences, Technology, Engineering and Mathematics”), a par da criatividade e inovação necessárias para a criação e apresentação de um protótipo. 

A participação em desafios autênticos (metodologia CBL: “Challenge Based Learning”) incentiva os estudantes a aplicarem os seus conhecimentos teóricos a cenários práticos, promovendo uma compreensão aprofundada dos princípios científicos da engenharia.

“A EBEC foi pioneira na U.Porto na implementação da metodologia CBL para desenvolver competências transversais. É uma abordagem pedagógica ativa que utiliza métodos de ensino e estratégias pedagógicas como casos, desafios, trabalho em equipa, simulações e construção de protótipos. Essas estratégias são centradas no estudante, apelando à sua autonomia na descoberta do conhecimento. Requerem o envolvimento e a participação do estudante, incentivando a sua motivação para alcançar os objetivos de aprendizagem e concluir o curso”, avançam António Ramos Silva e Francisco Vasques, docentes da FEUP e atuais responsáveis pela competição EBEC.

Esta metodologia de avaliação da aprendizagem vai além dos típicos ‘exames’ que apenas exigem a demonstração de competências cognitivas e apelam à memorização (“abordagem passiva da aprendizagem”). “Criar um protótipo como um produto final torna possível avaliar não apenas o domínio cognitivo, mas também as atitudes/comportamentos desenvolvidos e até mesmo competências mais práticas, caracterizando o processo educacional como holístico”, elucidam os docentes da Faculdade de Engenharia, acrescentando que as competências transversais como comunicação, liderança e trabalho em equipa são cada vez mais valorizadas pelas empresas

A EBEC 2025 conta ainda com uma sessão de networking prévia, a decorrer no dia 7 de março, que vai proporcionar a todos os participantes um contacto direto com as empresas patrocinadoras do evento, aprofundando as relações entre os estudantes e o mundo profissional nas áreas da engenharia e da ciência.

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