Aos 19 anos, o estudante do segundo ano da licenciatura em Engenharia do Ambiente na FEUP pode dizer que já cumpriu um dos seus maiores sonhos. Estrear-se no principal campeonato de futsal profissional português, frente ao Campeão Nacional, e logo com um golo.

Se a carreira de Armando Correia for tão promissora como a estreia, então temos nos corredores da Faculdade de Engenharia um dos grandes talentos desta geração de futsal português.

Natural de Paramos, em Espinho, o jovem jogador tem uma rotina diária exigente, que concilia o desporto com os estudos, rotina essa que espera, um dia, levá-lo até à Seleção Nacional.

Como é que o futsal surgiu na tua vida?
Posso dizer que o futsal surgiu de uma forma inesperada. Até ao escalão de iniciados praticava futebol, tendo até sido convidado para observação em grandes clubes, como por exemplo, o Sporting Clube de Portugal. No entanto, sentia que no futebol de 11 não me sentia feliz, tendo em conta as minhas características físicas e desportivas. Decidi, então, experimentar o futsal, e podemos dizer que foi amor à primeira vista. Com excelentes treinadores e companheiros, evoluí muito e rapidamente tive a oportunidade de representar a seleção da Associação de Futebol de Aveiro no Torneio Interassociações.

Estás a jogar na Primeira Liga de futsal, era algo que esperavas alcançar tão rapidamente?
Sinceramente era algo que, quando ingressei no futsal há sensivelmente seis anos, não imaginava, no entanto, no ano passado representei o Dínamo Sanjoanense na 1.ª divisão de Sub-19, e tive a oportunidade de ser o capitão. Sinto que a experiência de jogar a esse nível deu-me a experiência e visibilidade para estar, neste momento, a jogar na Primeira Liga, que é considerada das melhores ligas do mundo de futsal.

Com 18 anos, marcaste o teu primeiro golo no campeonato, e logo ao campeão nacional Sporting CP. Como é que foi esse momento?
Nem nos meus melhores sonhos tinha pensado que, numa fase tão precoce da minha carreira, marcaria um golo ao Sporting CP. Esse momento foi ainda mais especial porque coincidiu com a minha estreia na Primeira Liga. No entanto, o sucesso individual apenas pode ser valorizado se a nível coletivo isso também acontecer – nesse jogo, infelizmente, não conseguimos pontuar.Armando Correia 2O que é que esperas alcançar na tua carreira de jogador de futsal?
Na minha carreira de futsal, que eu espero que seja longa, tenho alguns objetivos concretos e bem definidos: representar a seleção nacional, ganhar a Liga dos Campeões de futsal e representar a seleção universitária de Portugal. Mas sei que só com muito trabalho, sacrifício e humildade conseguirei lá chegar.

Que ídolos é que tens nesta modalidade?
Apesar de não ter nenhum ídolo, tenho uma referência neste mundo de futsal que é o Tomás Paço, jogador do Sporting Clube de Portugal.

Estás a frequentar a Licenciatura em Engenharia do Ambiente. Estás a gostar do curso?
Como frequento ainda o 2.° ano da licenciatura em Engenharia do Ambiente, ainda não tive contacto e experiência com o mundo empresarial/gestão, mas estou a gostar muito dos vários conteúdos que abordei até ao momento.

O que é que te fez escolher a FEUP e Engenharia do Ambiente? Sempre foi um objetivo para ti entrar aqui na FEUP?
Desde o início do secundário que tinha o curso de Engenharia do Ambiente como a minha principal opção. Relativamente à instituição, não foi muito difícil tomar uma decisão, pois tinha uma média muito boa de candidatura, e sempre considerei a FEUP a melhor faculdade de Engenharia do país.

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Armando Correia (n.º 77) no Dínamo Sanjoanense. FOTO: mediotejo.net

Como é que é concilias os trabalhos no Dínamo Sanjoanense com os estudos na FEUP?
Não tem sido nada fácil, especialmente neste segundo ano, que sinto ser mais exigente que o anterior. Há dias em que saio de casa às sete da manhã para as aulas, e às 18 sigo de boleia em viatura do Clube diretamente para o treino em São João da Madeira. Muitas dessas vezes, ou não tenho tempo para jantar devidamente, ou tenho trabalhos/estudos para realizar, mas sinto que este esforço me faz gerir melhor o meu tempo, apesar de, ao longo dos meses, poder sentir, num ou outro momento, o corpo e mente mais cansados. Mas o facto de me sentir feliz no futsal, no Clube que represento e me respeita, faz com que tudo se ultrapasse.

O que é que mudarias para poder facilitar esta conciliação?
Sinto que perco muito tempo em transportes públicos e que é tempo importante para a minha organização. Por estar a praticar desporto ao mais alto nível, tanto a mim como a qualquer outro atleta universitário, deveriam ser concedidas mais algumas facilidades que permitissem conciliar a vida desportiva e universitária.

Quais é que são os grandes objetivos para a tua vida enquanto futsalista e enquanto engenheiro?
O meu grande objetivo é ir à seleção nacional. Como engenheiro tenho o objetivo de poder, com as competências que estou a adquirir e a desenvolver, tornar o mundo num lugar melhor.