energia eólica

O Novo Atlas Europeu do Vento tem como objetivo criar novas metodologias de avaliação e gestão do recurso eólico. (Foto: DR)

Celebra-se esta segunda-feira, dia 15 de junh, o Dia Global do Vento. A data será assinalada em Vila Velha de Rodão com a apresentação da tecnologia WindScanner e o início dos trabalhos do projeto Novo Atlas Europeu do Vento, um projeto europeu que conta com a participação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI),

A tecnologia WindScanner, com medições a decorrer na Serra de Perdigão (Vila Velha de Ródão) a cargo da Universidade Técnica da Dinamarca, permite a medição das caraterísticas do vento a grandes distâncias e alturas ao solo, sem recurso a torres meteorológicas. O Novo Atlas Europeu do Vento (NEWA), recentemente aprovado, tem como objetivo criar novas metodologias de avaliação e gestão do recurso eólico.

A avaliação das caraterísticas do vento com fins energéticos assenta ainda nos procedimentos estabelecidos pelo Atlas Europeu do Vento de 1989, hoje obsoletos devido à maior dimensão e potência dos aerogeradores atuais e à sua instalação em terrenos de maior complexidade do que a inicialmente prevista. Surge, assim, a necessidade de criar novas metodologias de avaliação baseadas em medições e modelos globais de previsão meteorológica.

É este o objetivo do projeto NEWA, com a duração de cinco anos (2015-2019), iniciado em março, um orçamento global de 13,8 milhões de euros e um consórcio de instituições de oito países (Dinamarca, Suécia, Alemanha, Espanha, Letónia, Turquia, Bélgica e Portugal). Parte dos trabalhos decorrerá na Serra do Perdigão, devido às condições da orografia local, representativa das condições de vento em terreno montanhoso e que serão a base de apoio ao desenvolvimento dos modelos do futuro.

O processo que conduziu ao projeto NEWA, iniciado em 2005, foi complexo e a participação nacional é, presentemente, assegurada por quatro instituições: a FEUP, o INEGI, e ainda o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Dada a influência do regime de ventos noutros domínios, como sejam os fogos florestais e a dispersão de poluentes, a importância do projeto não se restringe à energia eólica, estando em estudo a participação de outras instituições e outras iniciativas e estudos na Serra do Perdigão.

De acordo com José Laginha Palma, professor da FEUP e um dos responsáveis principais, a tecnologia WindScanner e o Novo Atlas Europeu do Vento “irão marcar a atividade da indústria eólica nos próximos anos, tal como os trinta anos anteriores foram marcados pelo Atlas Europeu do Vento de 1989″. A participação nestes projetos traz por isso”oportunidades da maior relevância para o meio científico e indústria nacional”.