Conhecer o ecossistema de inovação de Tallin foi o principal objetivo da viagem que uma comitiva da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) realizou no início de maio, a partir da TTK University of Applied Sciences (TTK UAS), um dos parceiros que integra o projeto INVENTHEI. A ligação entretanto estreitou com a adesão da TTK UAS à rede BIN@ e em perspetiva há a possibilidade de vir a colaborar em projetos de I&D, em particular na área da manufatura avançada (indústria 4.0). Em cima da mesa está ainda o potencial alargamento de acordos de mobilidade com a TalTech e com a TTK UAS e a promoção de reuniões exploratórias entre empresas tecnológicas das duas cidades.

Pedro Coelho, responsável pela Unidade de Inovação da FEUP, destaca o enorme progresso que a Estónia apresenta, fruto de um investimento consistente nos últimos anos: “Hoje, Tallinn tem 10 empresas “unicórnios”, tem uma economia totalmente digitalizada e um mercado imobiliário próspero e em franco crescimento.”

Gil Gonçalves, professor da FEUP e coordenador do consórcio INVENTHEI, partilha da mesma opinião, afirmando que “o ecossistema de inovação em Tallinn é vibrante.” Da viagem destaca sobretudo a visita à TTK e à TalTech que “permitiu perceber a dinâmica que existe e como é que iniciativas como o INVENTHEI podem contribuir para reforçar as ligações no triângulo do conhecimento, promovendo uma cultura de inovação nos estudantes através de práticas de ensino que envolvam o ecossistema local.”

Integrada nesta comitiva seguiu Bret Demant, colaboradora da Unidade de Inovação da Faculdade de Engenharia há 4 anos, e que é natural da Estónia.Apesar da distância, acredito que Portugal e Estónia têm, de facto, muito em comum. Ambos são atores relativamente pequenos na sua região, no entanto esta mesma condição acaba por funcionar como uma vantagem competitiva que ambos países possuem em termos da capacidade e celeridade de adoção das soluções digitais e tecnológicas tanto no setor público como no privado”, admite.

Do programa da visita fez também parte um encontro alumni, com os antigos alunos residentes em Tallinn. “Foi com gosto que reencontramos os alumni da FEUP, que nos deram uma imagem muito impressionante de um país tão longe e ao mesmo tempo tão perto do nosso”, afirma João Pedro Pêgo, coordenador Local ERASMUS.

“Toda a viagem foi bastante reveladora. A Estónia é um país com um olhar muito direcionado para um futuro tecnologicamente integrado. É de admirar a confiança que os Estónios têm no seu governo, mercê da transparência com que o governo lida com os cidadãos”, remata o responsável

O SKYPE: a marca da Estónia na tecnologia

A origem do Skype, ferramenta mundialmente conhecida e utilizada no meio empresarial e académico à escala global, teve origem no dinamarquês Janus Friis e no sueco Niklas Zennström, em colaboração estreita com quatro programadores da Estónia que desenvolveram todo o software da aplicação: Ahti Heinla, Priit Kasesalu, Jaan Tallinn e Toivo Annus, que desempenhou um importante papel quando o primeiro escritório da empresa foi criado.