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A FEUP e o INESC TEC vão participar com o FAST, que já venceu esta competição em 2012, em Cardiff (País de Gales).

Chama-se FASt e tem 2,5 metros de comprimento. Foi parcialmente construído com materiais compósitos, sensores fulcrais para navegação, como um recetor GPS, uma bússola digital, medidores de velocidade e direção do vento, temperatura da água, luz ambiente, da velocidade da corrente de água e um sonar para detetar obstáculos no percurso. Até dia 10 de setembro, o FASt vai estar a competir juntamente com outros veleiros robóticos no rio Lima, em Viana do Castelo, no Campeonato do Mundo de Veleiros Robóticos, organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e pelo INESC TEC.

No total vão participar nesta competição nove países que desenvolveram barcos autónomos que, entre outras finalidades, podem poupar energia e salvar vidas. Equipas de Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Finlândia, Estados Unidos da América, Japão, Nova Zelândia e China vão apresentar robôs que podem ir até quatro metros de comprimento e que usam como propulsão exclusivamente a força do vento.

Introduzir este tipo de barcos no sistema de patrulhamento da costa seria, de acordo com o docente da FEUP e investigador do INESC TEC Nuno Cruz, uma forma de reduzir o custo de operações a uma pequena fração do custo atual. Nuno Cruz defende ainda que, devidamente programados, estes barcos podem servir para a monitorização ambiental, proteção e segurança ou deteção e prevenção de atividades ilegais.

No longo prazo, esta tecnologia pode reduzir a fatura energética em grandes navios, visto que para além do aproveitamento da força do vento em cada local, a incorporação de modelos de previsão meteorológica permite o planeamento dinâmico de rotas, de modo a melhorar o consumo global de combustível ou a rapidez na viagem.

Para além deste tipo de veículos funcionarem como auxílio a barcos tripulados, ajudando, por exemplo, a reduzir o impacto ambiental, estes podem também estar ao serviço dos cidadãos em situações inesperadas, como uma indisposição súbita ou uma queda acidental à água, conseguindo assim salvar vidas.

O docente da FEUP e investigador do INESC TEC José Carlos Alves sublinha também a importância que os veleiros têm no contexto da monitorização do oceano quer em ações de vigilância costeira quer pela capacidade que oferecem em termos de dados oceanográficos.

O Campeonato do Mundo de Veleiros Robóticos vai invadir a cidade de Viana do Castelo a partir das 12h00 desta segunda-feira, 5 de setembro, para dar início aos treinos. De terça a sexta-feira, 6 a 9 de setembro, da parte da tarde, vão ser realizadas as várias provas do campeonato. A sessão de entrega de prémios vai acontecer no dia 10, ao final do dia.

Mais informações sobre o WRSC em www.wrsc2016.com u na página do evento no Facebook.