Como é que a técnica da termografia médica pode ajudar na recuperação e diminuição de riscos de doentes que recorrem à abdominoplastia? Investigadores da Faculdade de Engenharia (FEUP) e da Faculdade de Medicina (FMUP), em colaboração com o Centro Hospitalar S. João, realizaram um estudo científico que pode influenciar tomadas de decisão relativamente a esta matéria.

Vinte doentes que estavam inscritos para abdominoplastia no Serviço Nacional de Saúde participaram num projeto de investigação promovido por investigadores das faculdades de Engenharia e de Medicina da Universidade do Porto com o objetivo de estudar e analisar os benefícios da termografia médica na recuperação de diminuição de riscos de doentes que recorrem à abdominoplastia.

E de que falamos quando nos referimos à abdominoplastia? Na remoção de gordura e pele excedentária da região infra-umbilical, com o intuito de melhorar o contorno corporal em doentes que sofreram, por exemplo, de uma redução de peso acentuada, ou apresentem flacidez cutânea após gravidez, ou que queiram simplesmente melhorar o contorno abdominal.

De acordo com Rita Valença Filipe, cirurgiã plástica e investigadora principal deste estudo científico, a abdominoplastia é provavelmente um dos quatro procedimentos mais realizados por cirurgia plástica, salvaguardando que esta informação é com base na sua sensibilidade e experiência médica. A lipoaspiração em primeiro lugar, prótese mamária em segundo, redução mamária em terceiro e depois a abdominoplastia.

Ao aplicar a termografia, este estudo multidisciplinar vai permitir uma técnica de imagem inócua para o paciente aumentar o conhecimento anátomo-fisiológico da parede abdominal durante o procedimento de abdominoplastia. “Desta forma podem avaliar-se procedimentos de cirurgia plástica e reconstrutiva, dando uma informação mais objetiva aos cirurgiões que poderá no futuro influenciar a forma da realização dos procedimentos cirúrgicos e ajudar a determinar melhor o período de recuperação”, explica Ricardo Vardasca, investigador da FEUP.

Outra mais-valia do uso da termografia é a “identificação dos vasos sanguíneos principais nas situações onde há necessidade de transferência de tecidos/retalhos, facilitando a sua ligação e mais rápida recuperação”, conclui.

Este trabalho de investigação foi orientado por José Manuel Amarante, professor catedrático e diretor de cirurgia da FMUP, e coorientado por António Costa Ferreira, professor auxiliar da FMUP. Contou também com a colaboração de Joaquim Gabriel da FEUP e Renato Natal, Pedro Martins e Francisco Pereira do INEGI.