A FEP prepara-se para acolher, de 7 a 9 de maio, um evento de referência no debate sobre a economia urbana e regional. O Professor Luís Carvalho, em conjunto com as Professoras Isabel Mota e Aurora Teixeira, lidera a organização local da conferência anual da Regional Studies Association (RSA), um marco que reforça a posição da FEP na investigação e discussão destas temáticas. Com a participação de cerca de 900 delegados internacionais, o evento trará ao Porto especialistas de renome para debater desafios como a transição digital e ecológica, as desigualdades territoriais e novas formas de gestão. Descubra, nesta conversa, os bastidores da organização e as oportunidades que esta conferência proporciona a estudantes, investigadores e à própria cidade.

A FEP tem sido um polo de reflexão e debate sobre temas da economia urbana e regional. Como surgiu a oportunidade de organizar esta conferência e qual a sua importância para a Faculdade?
Por um lado, a FEP foi pioneira em Portugal, pelas mãos do Professor José Costa, na introdução destas temáticas nos planos de estudos em Economia e na investigação. Por outro lado, Portugal tem estado permanentemente representado no seio da Regional Studies Association (RSA), nomeadamente pelo Professor Mário Vale (U. Lisboa). A oportunidade de organizar esta conferência na FEP surgiu assim da ligação ativa e participação regular, há bastantes anos, na comunidade científica da RSA – incluindo uma Fellowship a co-coodenação de uma rede de investigação – a par do interessse na discussão científica e interação com decisores políticos e agentes económicos da região. A possibilidade de acolher a conferência anual da RSA reflete esse percurso e permite-nos reforçar a ligação a redes internacionais de investigação e políticas públicas de base territorial. Além disso, é uma oportunidade única para estimular a interação entre docentes, investigadores e estudantes com especialistas de todo o mundo, enriquecendo a nossa comunidade académica e aprofundando o impacto da investigação feita na FEP e na Universidade do Porto nestes domínios.

A Regional Studies Association tem um papel fundamental na discussão sobre políticas regionais e urbanas. Quais os principais temas que serão abordados nesta conferência e como se relacionam com os desafios atuais?
As dimensões regionais e urbanas estão no centro das grandes transformações económicas, sociais e ambientais do nosso tempo. Os temas desta conferência são amplos e espelham a diversidade de abordagens desta comunidade – ao longo de três dias, a conferência contará com centenas de sessões paralelas e três plenários, cruzando investigadores de renome e decisores de política pública. Numa perspetiva geral, iremos ouvir falar muito de transição digital e ecológica, do impacto das mudanças geopolíticas no desenvolvimento regional, da crescente desigualdade territorial e de novas formas de governança urbana e regional. Estes são temas que não são apenas académicos; têm repercussões diretas na forma como as cidades e regiões enfrentam desafios como a sustentabilidade, a inclusão social e a resiliência económica.

A conferência contará com a presença de cerca de 900 delegados internacionais. Que impacto esperam que este evento tenha para a visibilidade da FEP e para a cidade do Porto?
Receber uma conferência desta magnitude – mas, essencialmente, do nível científico em causa – coloca a FEP e a cidade do Porto no centro da discussão sobre desenvolvimento regional e urbano. Mas para além da FEP, é importante reforçar que toda a Universidade do Porto e os seus vários grupos de investigação atentos às questões urbanas e regionais – através da geografia, planemento, sociologia, arquitetura, ente outros – reforçam a partir daqui a sua visibilidade. Para o Porto em si, acreditamos que o evento trará benefícios económicos e culturais, ao acolher especialistas de diferentes países que terão oportunidade de experienciar a cultura da cidade e ficar a conhecer diferentes tipos de intervenções e projectos de desenvolvimento regional e ubano em curso.

Enquanto organizadores, quais têm sido os principais desafios na preparação deste evento e que expectativas têm para a sua realização?
Acolher um evento desta escala implica naturalmente desafios logísticos e organizacionais. Temos trabalhado ativamente com a RSA para garantir que a conferência seja uma experiência fluida e enriquecedora para todos os participantes – e temos aqui que agradecer o forte apoio do Centro de Economia e Finanças da UP (cefUP), da Câmara Muncipal do Porto, da Reitoria da Universidade do Porto, de todo o staff da FEP envolvido e das pessoas e instituições que se associaram para a organização de visitas técnicas. Estamos confiantes de que será um evento marcante, tanto pela qualidade dos debates como pelo ambiente acolhedor e inspirador que queremos proporcionar.

Para os estudantes e investigadores da FEP, que oportunidades a conferência pode proporcionar, seja em termos de aprendizagem, networking ou futuras colaborações?
A conferência é uma boa oportunidade para os estudantes e investigadores da FEP e da U.Porto, desde logo para os que estão ativos na área, mas também para os que consideram inicar-se nesta área científica. A conferência vai permitir aos inscritos apresentar os seus trabalhos a colegas infomados, aceder a discussões de alto nível, conhecer de perto o trabalho de alguns dos principais especialistas da área e estabelecer contactos “cara-a-cara” que muitas vezes podem ser determinantes para o seu percurso académico e profissional.

Para finalizar, poderiam partilhar uma mensagem sobre o que esperam que fique como legado desta conferência para a FEP e para a investigação na área dos estudos regionais?
Mais do que um evento isolado, esperamos que esta conferência deixe uma marca duradoura na FEP e na U.Porto, bem como na comunidade global de estudos regionais. Queremos que seja um ponto de partida para novas colaborações e iniciativas que reforcem a presença da FEP e da U.Porto nesta comunidade. A investigação em estudos regionais e urbanos tem um papel crucial no desenvolvimento sustentável e equitativo das sociedades, e queremos que esta conferência contribua para revigorar e avançar esse conhecimento.