André Vicente Liz frequenta o 4º ano do doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução na FCUP e conquistou, recentemente, o Prémio Investigadores de Pós-Graduação Global Biodiversity Information Facility (GBIF) 2023. Em destaque está o trabalho que tem realizado no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) da Universidade do Porto, no qual realizou a análise integrada dos padrões de distribuição genética e espacial de 107 espécies de vertebrados que vivem no deserto do Sahara-Sahel.

Portugal integra, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia, o GBIF, que consiste numa plataforma internacional que tem como missão coordenar a normalização, digitalização e disseminação global de dados sobre a biodiversidade mundial, para benefício da ciência e da sociedade.

Entre outras atividades, a GBIF lança concursos anuais para fomentar a investigação e inovação no domínio da informática para a biodiversidade, sendo os prémios atribuídos com base nos critérios de originalidade e inovação na utilização e análise de dados publicados pela GBIF, e pelo impacto para a biodiversidade e a sua conservação. Os candidatos são nomeados por cada Delegação Nacional ao GBIF.

André Liz partilha o prémio deste ano com Dorothy Akoth, da Universidade de Makarere, no Uganda, recebendo ambos 5.000 euros. Trata-se do segundo vencedor nomeado por Portugal para este prémio mundial da área da Biodiversidade, após a conquista de Raquel Gaião Silva, alumna da FCUP, em 2018.

Sobre André Vicente Liz

Natural de Espanha, André Vicente Liz é licenciado em Biologia (2015) e em Geografia (2018) pela Universidade de Santiago de Compostela, onde as minhas teses consistiram, respetivamente, numa reconstrução baseada em turfa do paleoclima do Holocénico Subantártico e na avaliação do estado de conservação de turfeiras alcalinas em Espanha. Em 2017, terminou o Mestrado Erasmus Mundus em Ecologia Aplicada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com foco no impacto das alterações climáticas num lagarto microendémico e ameaçado de extinção. Atualmente, integra o grupo de investigação BIODESERTS, no CIBIO-InBIO, com um projeto de filogeografia comparativa da ecorregião Sahara-Sahel. Este trabalho visa desvendar o papel histórico dos ciclos climáticos secos/úmidos do Plio-Pleistoceno na formação da biogeografia histórica do maior deserto da Terra, um sistema fascinante que abriga uma biodiversidade única, mas em grande parte desconhecida.