Helena Silva, estudante do 3º ano da licenciatura em Química, quis “expandir os seus horizontes” e decidiu candidatar-se ao Programa de Estágios Extracurriculares (PEEC) da Faculdade de Ciências da U.Porto.
Durante o 2º semestre do ano letivo 2023/2024, foi ao laboratório de Química Analítica e Eletroquímica do Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto vestir a pele de “investigadora” e pôr em prática o que aprendeu nas aulas. A experiência, que decorreu durante o 2º ano do curso, valeu a pena e o seu entusiasmo antevê um novo PEEC a caminho.
Conheçam-na neste primeiro PEEC Views, uma nova rubrica de entrevistas para mostrar o trabalho dos nossos estudantes no âmbito deste programa de estágios que, há mais de 10 anos, abre portas e caminhos ao mundo da investigação em ciências nas suas várias vertentes.
Porque escolheu frequentar o programa PEEC?
Decidi inscrever-me para conseguir expandir os meus horizontes e conhecimentos em relação ao que nos é ensinado nas aulas laboratoriais. Apesar de termos uma componente laboratorial muito forte durante a licenciatura no curso de química, queria experimentar e saber como é que seria estar integrada num grupo de investigação e trabalhar ao lado de investigadores.
Adquiri novas competências laboratoriais que, de certeza, irei utilizar no mercado de trabalho daqui a alguns anos.
Em que consistiu o trabalho desenvolvido e quais os principais resultados?
Candidatei-me a duas opções: uma sobre têxteis e outra, que foi o trabalho que fiz, sobre o desenvolvimento de novos dispositivos de energia de forma mais sustentável.
O objetivo foi desenvolver um dispositivo de armazenamento de energia através do aproveitamento de resíduos de cascas de frutos secos como o amendoim e o pistácio.
Num equipamento chamado Ball milling, moemos as cascas e acrescentamos também carbonatos de sódio e carbonatos de cálcio de forma a conseguirmos ter resultados melhores do que só com as cascas. Depois, levamos as amostras ao forno por forma a termos a carbonização e, por consequência, materiais de carbono. Fiquei responsável pela caracterização e preparação das amostras, sendo que, no final, construímos um pequeno eletrodo e fizemos alguns testes.
Nos dias de hoje, sempre ouvimos falar sobre como podemos ser mais sustentáveis e ajudar mais o ambiente e, para mim, isso foi atrativo. Apesar de não ter ficado na minha primeira opção, fiquei muito contente por poder trabalhar neste tema. Faria tudo igual outra vez.
Pretende voltar a fazer o PEEC? Que mais-valias trouxe o PEEC no seu percurso académico?
Gostei muito, foi muito divertido e aprendi bastante com os meus orientadores. Consegui, com o PEEC, contactar com técnicas que tinha aprendido em teoria e pô-las em prática, como por exemplo as técnicas de Raman. Ganhei mais autonomia a trabalhar em laboratório e, sim, imagino-me a fazer outro tipo de PEEC, porque acho que é sempre enriquecedor tanto para nós a nível pessoal como de trabalho a nível futuro.
Quais as mais-valias do PEEC para os estudantes?
É desafiante, mas acho que quem quer arranja sempre tempo. Acho que os estudantes devem sempre experimentar até para perceberem se a investigação é algo que querem fazer no futuro. Vão adquirir imensas competências e explorar mais uma determinada área dentro das que estamos a estudar. Nunca se perde nada em experimentar, além de que é sempre uma mais-valia para o currículo. No PEEC, vamos sempre mais além do que aprendemos durante as aulas.
Que conselhos dá aos estudantes que pretendam candidatar-se a este programa?
O que nunca pode faltar é a vontade de trabalhar: deem o vosso melhor porque, no final, a experiência vai ser muito enriquecedora e vão aprender muito. Como é fora do horário das aulas, aconselho sem dúvida organização, uma boa gestão de horários e empenho.
[As candidaturas ao programa PEEC para o ano letivo 2024/2025 estão abertas de 28 de outubro a 15 de novembro.]