Fez o seu estágio PEEC no segundo ano da licenciatura em Biologia, no ano letivo 2022/2023, e foi dessa forma que se cruzou, pela primeira vez, com uma área que sempre lhe despertou interesse: a entomologia. Durante o estágio, Dinis Girão contribuiu para se saber mais sobre a população da traça-do-buxo, um inseto vindo da Ásia e que prejudica o buxo, uma planta ornamental que podemos encontrar, por exemplo, no Jardim Botânico. O seu trabalho representa mais um passo importante no controlo desta praga e também ajudou Dinis a confirmar a sua paixão pela entomologia.
Com a licenciatura já terminada, Dinis frequenta agora o 1º ano do Mestrado em Biodiversidade, Genética e Evolução e está também a trabalhar como bolseiro de investigação no BIOPOLIS-CIBIO.
Conheçam-no no PEEC Views, uma nova rubrica de entrevistas para mostrar o trabalho dos nossos estudantes no âmbito deste programa de estágios que, há mais de 10 anos, abre portas e caminhos ao mundo da investigação em ciências nas suas várias vertentes.
Porque escolheu frequentar o programa PEEC?
Sempre gostei do programa PEEC porque achei que permitia dar os primeiros passos na investigação, perceber o que gostamos ou não e poder escolher o que vamos fazer no estágio curricular do 3º ano.
Já tinha feito a minha candidatura ao PEEC e o estágio que fiz surgiu na sequência de um e-mail com uma nova proposta. Achei muito interessante porque estava mais próximo de uma área que sempre gostei, mas que nunca tinha explorado muito: a entomologia. Decidi candidatar-me e fiquei colocado.
Em que consistiu o trabalho desenvolvido?
Foi um trabalho na área da entomologia e que envolveu muito trabalho de campo, que considero uma forma muito boa de complementar a formação na nossa licenciatura que tem uma componente mais laboratorial. O meu estágio foi sobre a traça-do-buxo (Cydalima perspectalis), uma lagarta vinda da Ásia e que é uma praga para o buxo, uma planta ornamental que podemos encontrar, por exemplo, em jardins como o jardim Botânico ou no jardim da Casa da Prelada. Durante o PEEC, fiz a monitorização semanal da população desta espécie nestes dois jardins: durante 30 minutos monitorizei a presença das lagartas e das pupas e registei também o estado de desenvolvimento da larva. O meu trabalho consistiu também em registar o número de adultos que surgiam numa armadilha com feromonas.
O objetivo deste estudo, que já tinha começado no ano anterior, foi percebermos como é que, durante o ano, se registou o desenvolvimento desta lagarta para sabermos quando é que são as melhores alturas para tratar a planta, usando assim o mínimo de pesticidas possível.
Esta lagarta pode ter um impacto muito grande na planta do buxo: como esta planta é atacada por um fungo durante o inverno, se, na primavera, esta lagarta atacar logo, isso impede que a planta se recupere e pode matá-la.
Que balanço faz do seu estágio e que foi o impacto do PEEC no seu percurso académico?
É muito positivo: foi uma experiência muito agradável por poder fazer trabalho de campo em dois espaços muito bonitos do Porto: o jardim Botânico e o jardim da Casa da Prelada. Foi muito bom em termos de currículo e colocou-me também em contacto com outros investigadores, como a minha orientadora, a professora Ana Aguiar, que é da área da engenharia agronómica.
Quais as mais-valias do PEEC para os estudantes?
Em termos de currículo, é uma vantagem muito boa. Recomendo sempre às pessoas que tenham outras experiências para além das aulas, como um estágio extracurricular, que pode ou não ser o PEEC. No entanto, o PEEC é uma forma muito fácil de ter um estágio extracurricular porque é através da faculdade e não temos de enviar e-mail aos investigadores que podem ou não responder.
Permite-nos ter uma experiência numa área que achamos interessante, que até podemos acabar por não gostar, mas assim ficamos a saber que não gostamos.
[As candidaturas ao programa PEEC para o ano letivo 2024/2025 estão abertas de 28 de outubro a 15 de novembro.]