Bruno Fernandes e Joana Machado, dos mestrados em Engenharia Física e Engenharia Geoespacial, da FCUP, respetivamente, estão entre os estudantes que conquistaram prémios de mérito atribuídos pela Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN). O Prémio de Mestrado OERN, no valor de 1000 euros, visa apoiar e distinguir estudantes do 2.º ano dos cursos de Mestrado de Engenharia lecionados em Instituições de Ensino Superior Público da Região Norte.
“A atribuição deste prémio representa, para mim, o reconhecimento de todo o esforço dedicado ao longo do mestrado, não apenas na realização da tese, mas também durante o primeiro ano. Além disso, creio que sublinha o caráter inovador do trabalho desenvolvido como estudante de engenharia física, uma área que para muitos ainda é desconhecida, sobretudo relativamente ao papel que desempenha um engenheiro físico”, destaca Bruno Fernandes.
E que papel desempenha este futuro engenheiro físico da FCUP? O estudante está a trabalhar no desenvolvimento de “microdispositivos magnéticos, que integram uma nova classe de materiais: os isoladores topológicos”. “Para alcançarmos dispositivos eletrónicos mais céleres, assistimos a uma miniaturização dos respetivos componentes”, conta. “Contudo, estamos a chegar a um limite onde esta redução em tamanho se traduz numa perda de eficiência energética enorme ou na incapacidade de reter estados lógicos. Assim, temos de explorar novas formas de armazenamento de dados ou de novos materiais que permitam uma maior eficiência energética”, acrescenta o jovem de 22 anos, acerca da sua motivação em torno deste trabalho.
Já para Joana Fernandes receber este prémio é “extremamente gratificante, tanto a nível pessoal como profissional”. Joana está a realizar um estudo que visa comparar e analisar um sistema integrado GNSS e INS (referente ao Sistema de Navegação Global por Satélite em conjunto com o Sistema de Navegação Inercial), com um GNSS, também com o objetivo de certificar a precisão e qualidade, especialmente em ambientes desfavoráveis em que podem ocorrer perdas temporárias de sinal GNSS. São sistemas que podem ser aplicados, por exemplo, a veículos de condução autónoma. “Assim, para a navegação de veículos autónomos, a integração GNSS/INS desempenha um papel crucial ao possibilitar uma navegação precisa. Os sistemas GNSS fornecem informações globais de posição, enquanto os sistemas INS compensam as limitações dos GNSS em áreas urbanas, túneis ou quando ocorrem perdas temporárias de sinal GNSS”, explica.
Esta iniciativa da OERN, em conjunto com entidades parceiras (A400, ACA, Casais, Mota-Engil, NCREP, Painhas, Sopsec, Top Informática, Vialsil), tem como principal objetivo incentivar e apoiar a conclusão do 2.º ciclo de estudos aos seus membros estudantes que frequentem instituições de Ensino Superior público da região Norte (UTAD, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Universidade do Minho (UM), Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
De todas as instituições, a U.Porto é a que tem mais estudantes premiados, entre a FCUP e a FEUP, com um total de 19 contemplados com o prémio da OERN.
A cerimónia de entrega acontecerá a 26 de setembro, na sede da OERN, no Porto.