Caracteriza-o a boa disposição e o gosto em ser desafiado. Paulo Ramos é, desde 2016, como uma espécie de “guardião” dos tesouros do Departamento de Ciência de Computadores, como o Data Center. A paixão pela informática inspira-o no seu dia-a-dia, bem como o jogo do “gato e do rato” na constante manutenção da segurança informática no departamento. 

Departamento

Ciência de Computadores

Há quanto tempo trabalha na FCUP?

Há seis anos. 

Como é o seu dia-a-dia na FCUP?

Faço muita coisa diferente no meu dia-a-dia. Trabalho na administração de sistemas e redes e com a instalação e configuração de servidores no DCC. Periodicamente, quando nos pedem, também ajudamos os serviços centrais de informática. Temos reuniões mensais com os serviços para saber o que cada um está a fazer e trocarmos ideias do que pode ser feito, mas em termos de serviço somos autónomos.

Neste momento, devido aos ataques informáticos estamos a reestruturar e a melhorar a segurança. Estão a haver constantemente ataques informáticos. Nós aqui temos necessidade de acesso remoto e temos de ter outros cuidados. Há pessoas de outras faculdades a aceder aos nossos servidores do DCC e pessoas daqui que acedem a servidores externos, porque o temos no DCC não são máquinas normais. Por exemplo, no nosso Data Center, que é da responsabilidade da equipa de Administração de sistemas e redes, temos máquinas com capacidades de cálculo e de armazenamento astronómicas. Temos por vezes estudantes de doutoramento ou investigadores de outras faculdades com projetos em comum que precisam de ter acesso aos servidores. E tudo isto, claro, torna um ataque informático mais apetecível. A verdade é que estes ataques sempre aconteceram, mas agora são mais frequentes. 

Faço também a instalação e configuração de equipamentos novos e a manutenção dos computadores usados em sala de aula. 

Quais são os maiores desafios no seu trabalho?

O mais desafiante é arranjar soluções de forma a que tudo funcione bem, impedindo ataques informáticos. Não quer dizer que às vezes não aconteçam, porque já aconteceram, e pode não ter sido diretamente culpa nossa. Mas agora temos uma forma de, se voltar a acontecer, rapidamente repormos e recuperamos a informação. É sem dúvida um desafio encontrar as melhores soluções e prevenir estes ataques.

De que mais gosta na nossa faculdade?

O espaço de trabalho é muito bom e temos muita liberdade para criar. Temos autonomia. É-nos proposto um desafio e nós temos de arranjar uma solução para esse desafio e eu gosto muito disso.

O que a inspira no seu dia-a-dia?

Este jogo do gato e do rato! Gosto muito do que faço e dá-me satisfação fazer alterações ao sistema sem que ninguém se aperceba de nada. Imaginem que o sistema estava de alguma forma inseguro e nós conseguimos torná-lo mais seguro sem que ninguém se aperceba que as modificações foram feitas. Na informática, quando ninguém se queixa é porque está tudo bem. 

Uma mensagem para a comunidade FCUP: 

A mensagem que deixo é: “nunca se acomodem”. Quando nos acomodamos, a vida deixa de ter sentido. Passa a ser mais do mesmo. Estive durante 20 anos numa instituição e acho que foi a minha maior asneira. 

 

Entrevista publicada originalmente a 7 de abril de 2022.