As investigadoras do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) Isabel Pereira Castro, Ana Luísa Machado, Maria Miguel Castro e Marta Duque conquistaram bolsas de investigação científica em oncologia atribuídas pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN). Este financiamento permitirá às jovens cientistas formadas na FCUP desenvolverem o seu trabalho pelo período de um ano.

Isabel Pereira Castro, que começou o seu percurso académico na FCUP, com a licenciatura em Biologia, foi uma das premiadas na categoria «Bolsas Avançadas de Investigação 2025», destinada a investigadores doutorados. Com o projeto «SMOKE-RNA», o objetivo da cientista é “investigar três assinaturas de mRNA presentes em cancros associados ao tabagismo (pulmão, cabeça e pescoço e bexiga), visando preencher a lacuna de biomarcadores específicos para estes tipos de cancro”.

“Vamos estudar a função fisiológica dessas assinaturas de mRNA e determinar a sua relevância clínica. O objetivo é identificar potenciais biomarcadores que possam ser usados no diagnóstico, prognóstico e previsão de resposta ao tratamento em doentes com cancros provocados pelo fumo do tabaco”, destaca a investigadora e alumna da FCUP.

No que diz respeito à categoria «Bolsas de Iniciação à Investigação», destinada a investigadoras com mestrado, foram ainda distinguidas Ana Luísa Machado, Andreia Matos, Maria Miguel Castro e Marta Duque.

A investigação de Ana Luísa Machado, licenciada em Biologia pela FCUP, centra-se no cancro colorretal e na comunicação de longa distância que os tumores do cólon e do reto estabelecem com o sistema hematopoiético (órgãos responsáveis pela produção de células imunes).

Esta comunicação, explica a cientista do grupo do i3S «Tumour and Microenvironment Interactions», “causa alterações significativas que podem comprometer a resposta imunológica do organismo ao cancro”. Este estudo, adianta, “pretende explorar esse mecanismo para compreender as reais consequências na formação e na progressão dos tumores”.

Investigação direcionada ao cancro da mama e cancro do pâncreas

Focado no cancro da mama inflamatório, um dos cancros da mama invasivos mais agressivos e fatais, o projeto de Maria Miguel Castro, mestre em Bioquímica pela FCUP, tem como alvo a principal característica deste tipo de neoplasia: a presença de êmbolos tumorais nos vasos sanguíneos numa fase precoce da doença, que contribuem para a sua elevada capacidade de metastização.

Estes êmbolos tumorais, explica a investigadora do grupo «Cancer Metastasis» do i3S, “apresentam sobre-expressão de proteínas que estão associadas a mau prognóstico em doentes com cancro da mama e a resistência a radio e quimioterapia”. No entanto, continua, “a supressão destas proteínas não é suficiente para levar à morte destas células tumorais”. Recentemente, a equipa demonstrou que um outro mecanismo molecular pode justificar a elevada resistência à morte depois da adesão celular ser inibida. Desta forma, o objetivo deste projeto é “estudar se a combinação da inibição da adesão celular e deste mecanismo pode representar uma nova estratégia terapêutica para esta doença”, projeta a investigadora.

Marta Duque, estudante do Programa Doutoral em Biologia Molecular e Celular, doutoramento em parceria com a FCUP e com sede no ICBAS, tem como desafio de investigação estudar o adenocarcinoma ductal pancreático, o principal tipo de cancro do pâncreas e um dos mais letais em humanos. “Queremos compreender como certas alterações no DNA, que não afetam diretamente os genes, mudam o funcionamento das células do pâncreas e aumentam o risco de desenvolver este tipo de cancro”, esclarece a investigadora. 

Ler notícia completa no portal Notícias U.Porto