É uma tecnologia inovadora que, através de uma cortina de bolhas de ar, recolhe plásticos em rios antes que cheguem ao oceano e foi recentemente inaugurada no estuário do rio Ave, em Vila do Conde, no âmbito do projeto europeu MAELSTROM. Isabel Sousa Pinto, docente do Departamento de Biologia da FCUP, é a coordenadora nacional do projeto e lidera uma equipa de investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto. 

Será esta equipa, aliás, a responsável por determinar o impacto desta barreira de bolhas no ambiente do estuário do Ave.

De acordo com um comunicado do projeto, a ‘Bubble Barrier’, ou barreira de bolhas, captura cerca de 86% dos detritos inorgânicos na coluna de água, sem obstruir a passagem de peixes, outras vidas aquáticas ou o tráfego de navios.

Esta tecnologia é sustentada por um sistema de painéis solares, tanto térreos como flutuantes, que foi concebido pelo Instituto de Energia Sustentável da Universidade de Malta, um dos 14 parceiros do projeto MAELSTROM, que tem como missão implementar tecnologias inovadoras para a remoção e reciclagem de lixo marinho.

O sistema de painéis deverá produzir 57.300 quilowatt-hora (kWh) de energia renovável durante o primeiro ano de funcionamento, compensando “parte da eletricidade proveniente da rede elétrica convencional” usada inicialmente pela tecnologia.

O problema da poluição fluvial é universal: os detritos, sobretudo plásticos, são transportados pelos rios, atravessando fronteiras regionais e nacionais, antes de chegarem aos oceanos.

A docente da FCUP, Isabel Sousa Pinto, apresentou o projeto durante a inauguração que teve lugar no CMIA em Vila do Conde. Foto: CIIMAR

A tecnologia, desenvolvida pelo ‘The Great Bubble Barrier’, resulta de uma colaboração entre o CIIMAR, a Câmara de Vila do Conde, a Docapesca – Portos e Lotas, e contou com o apoio da Agência Portuguesa de Ambiente (APA) e da Autoridade Marítima – Capitania de Vila do Conde.

Financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, o projeto MAELSTROM é coordenado pelo Conselho Nacional de Investigação Italiano (CNR) e reúne centros de investigação, empresas de reciclagem, organizações não governamentais, cientistas marinhos e especialistas em robótica de oito países europeus, onde o CIIMAR é o representante português.

 

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