A tese de doutoramento em biodiversidade, Genética e Evolução de Luís Seabra, antigo estudante da Faculdade de Ciências, acaba de ser considerada a melhor tese em Arqueologia em Portugal. Luís Seabra recebeu o Prémio Eduardo da Cunha Serrão, por parte da Associação dos Arqueólogos Portugueses, pelo trabalho desenvolvido na FCUP e no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (BIOPOLIS-CIBIO) entre 2018 e 2023.
Este galardão, no valor de 2.500,00 euros, é atribuído anualmente ao trabalho considerado como uma contribuição mais inovadora e substancial para o progresso das ciências arqueológicas e patrimoniais a nível de doutoramento.
No seu trabalho, Luís Seabra caracterizou os cultivos, as escolhas agrícolas e práticas de armazenagem no Norte de Portugal, desde a segunda metade do primeiro milénio a.C. (Idade do Ferro) até aos séculos X/XI d.C. (Alta Idade Média), tendo analisado seis conjuntos carpológicos (frutos e sementes) oriundos de sítios com diferentes características arqueológicas e cronológicas.
De acordo com o resumo da tese premiada, os resultados obtidos demonstraram, por exemplo, que os cereais foram sempre dominantes em todos os períodos cronológicos, sendo estes particularmente relevantes em diversos contextos de armazenagem.
A tese com o título “Agricultural and storage choices, environmental conditions and human dynamics from the Iron Age to the Early Medieval period in Northern Portugal“, concluída no ano letivo 2022/2023, teve como orientadores o investigador João Tereso, do BIOPOLIS-CIBIO, Rubim Almeida, docente do Departamento de Biologia da FCUP,  e María Martín-Seijo, investigadora da Universidad de Cantabria, Incipit-CSIC.

Sobre o Prémio Eduardo da Cunha Serrão

O Prémio Eduardo da Cunha Serrão é atribuído anualmente pela Associação dos Arqueólogos Portugueses e distingue teses e dissertações de Doutoramento e Mestrado apresentadas no ano anterior a cada edição do prémio, ou obras inéditas, que incidam sobre a Arqueologia do nosso país.

A cerimónia de entrega de prémios da 9ª edição decorreu no dia 17 de maio. No âmbito desta edição do Prémio, o júri atribuiu ainda menções honrosas, na categoria de Doutoramento à tese intitulada “A persistência da forma urbana. Leitura das pré-existências na construção da cidade portuguesa”, de  Pedro Vasco Martins, e ao trabalho “A proveniência de sílex e a mobilidade no Calcolítico da Estremadura: uma abordagem geológica e petroarqueológica”, de Patrícia Jordão.