O CoAstro: um Condomínio de Astronomi@, projeto inovador de Ciência Cidadã criado pelo alumnus da FCUP, Ilídio André Costa, está de volta com um “renovado propósito”. Por ocasião das comemorações do Centenário dos Planetários, este trabalho do qual faz parte o Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva conquistou, em 2023, um prémio que só é atribuído a cada 100 anos, no âmbito da competição IPS Centennial ‘Local Projects’.
“Este prémio resulta do renovado propósito do CoAstro: chegar a públicos afastados da ciência, não por opção, mas por não terem oportunidade de com ela contactar e, por isso, não a conhecerem verdadeiramente”, descreve Ilídio, que é professor no Agrupamento de Escolas de Santa Bárbara (Gondomar) e investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).
“Fizemos o mapeamento dos concelhos de Portugal com menor envolvimento espontâneo com a astronomia – que acaba por ser uma ciência portal para outras ciências”, acrescenta. Entre os munícipios identificados encontram-se vários provenientes dos distritos de Aveiro, Beja, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Portalegre e Vila Real.
O objetivo é envolver as comunidades escolares em iniciativas gratuitas de ensino e divulgação das ciências. Entre as atividades em que será aplicado o valor do prémio (cerca de 1000 euros) estão sessões de planetário portátil, observações do céu noturno e/ou com telescópios solares, atividades práticas e feiras de ciência.
“Os professores, neste caso do 1.º ciclo do ensino básico, serão também envolvidos em ações de desenvolvimento profissional”, acrescenta o investigador. O objetivo é trabalhar conteúdos chave e metodologias de ensino da astronomia, assim como exemplos concretos de como utilizar esta ciência, em termos curriculares: a astronomia como meio para ensinar outras ciências, línguas, humanidades e artes.
As atividades terão início a partir de setembro deste ano e deverão prolongar-se até ao primeiro trimestre de 2025.
Sobre o CoAstro
Este projeto foi desenvolvido no âmbito do Doutoramento em Ensino e Divulgação das Ciências de Ilídio André Costa, que aliou assim a investigação ao seu trabalho pedagógico. O CoAstro juntou, na sua primeira edição, investigadores e divulgadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva com professores do 1.º ciclo do ensino básico. O objetivo foi envolver os participantes em investigação em astronomia e promover a divulgação dos resultados e dos processos científicos junto da comunidade escolar. Ao longo de um ano, a iniciativa chegou a mais de 1000 participantes. Foi coordenado pelo Planetário do Porto – Centro Ciência Viva e desenvolvido na Unidade de Ensino das Ciências (UEC) da FCUP.
“O CoAstro permitiu perceber como um projeto de ciência cidadã, sem recursos humanos ou financiamento próprios, pode contribuir, com efeitos duradouros e abrangentes em termos de público, para que a escola se abra à comunidade e esta à escola, e para que o público se abra à investigação e esta se abra ao público”, salientou, em 2020, numa notícia sobre o projeto, Ilídio André Costa, que teve como orientadora Carla Morais, docente que integra a UEC.