Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) está a liderar um projeto que tem como objetivo desenvolver uma tecnologia sem fios para fornecer energia a pequenos satélites – conhecidos também como nanosatélites – em forma de cubo enviados para o espaço, os CubeSats.

Usados para capturar fotos no espaço ou para calcular a temperatura em determinados pontos da Terra, os Cubesats são alimentados, atualmente, através da energia de painéis solares. Isso faz com que não possam deslocar-se em viagens no espaço profundo nem estar muito longe do sol. Outro inconveniente é ficarem mais pesados com a aplicação destes painéis.

O projeto WIpTherm visa então tornar estes satélites mais leves e com maior autonomia, o que permitirá adicionar-lhes novas aplicações tecnológicas e aumentar assim a sua eficiência. “A nossa  equipa vai criar um sistema de transferência de energia e desenvolver um laser de longo alcance para carregar as baterias dos Cubesats no espaço”, explica André Pereira, responsável pelo projeto, docente da FCUP e investigador no Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto, sediado na FCUP.

“Este sistema de conversão de energia elétrica vai funcionar por sistemas imprimíveis e flexíveis”, acrescenta o investigador.

Usados para capturar fotos no espaço ou para calcular a temperatura em determinados pontos da Terra, os Cubesats são alimentados, atualmente, através da energia de painéis solares.

… mas não está sozinha

Neste projeto estão ainda envolvidos Orlando Frazão, docente da FCUP e investigador do INESC TEC, Ana Pires, investigadora da FCUP, e os estudantes de doutoramento em Física Margarida Maia, Joana Silva e Rui Costa.

O consórcio do WIpTherm, cuja primeira reunião decorreu este novembro deste ano, na FCUP, integra também investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CENTI), da Universidade de Vigo (Espanha) e da Universidade de Limoges (França).

Este projeto tem uma duração de três anos e conta com um financiamento de 2,3 milhões de euros por parte do FET-OPEN, um programa de financiamento da Comissão Europeia (H2020).