Exposição EIDOTECA (até 30 MAIO 2025)

Comecemos por desconstruir o título EIDOTECA. Um dos significados da palavra ‘eido’ pode ser, entre outras definições, o de ‘espaço contíguo a uma casa’, ‘ponto de convergência e de distribuição’ ou ‘lugar de transição e de transposição’; e que ‘teca’ chega até nós a partir da palavra grega ‘théke’, o mesmo que depósito, através da apropriação do latim ‘theca’. E já começa a revelar-se o alcance do título desta exposição – EIDOTECA – com curadoria de Graciela Machado, organizada pelo grupo de investigação Pure Print Archeology, em colaboração com a Fundação Marques da Silva, que estará patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva entre 7 de abril e 30 de maio. Este será um tempo de abertura a deixar entrever uma possível relação entre arquitetos, escultores, desenhadores, litógrafos, heliógrafos, definida pela ativação de um laboratório do papel que recupera técnicas, processos, instrumentos e objetos guardados em arquivo com um sentido de produção artística.

Sendo o próprio espaço expositivo um documento transversal a vários tempos – o da habitação e do atelier, o da reabilitação e transformação em sede de uma instituição dedicada à salvaguarda da memória documental de arquitetos/arquitetura, o de um espaço onde entre casa e jardim se realizaram investigações e projetos criativos, anteriores pontos de chegada do projeto Pure Print Archeology – o conceito de EIDOTECA vai ganhar forma numa ideia de reencenação de passado, enquanto matéria de recriação no presente. E assim é no piso principal desta Casa-Atelier que veremos surgir uma Gessoteca, onde se apresentam, sob um novo olhar, as maquetas da Urbanização das Termas do Gerez que deram corpo a Contrafactum; uma  Geoteca, uma sala de desenhadores, ondes se encontram em diálogo desenhos e instrumentos técnicos; uma Litoteca, isto é, um arquivo assente sobre as pedras de litografar, onde poderemos identificar peças do acervo de Amândio Silva, recentemente doado à Fundação Marques da Silva, que vieram a revelar-se fundamentais para a reconstituição da linha evolutiva da litografia no Porto; e, na antiga sala de jantar, uma instalação constituída por um prelo litográfico em pedra portátil disposto e peças incisas sobre papel encerado, dispostas sobre a grande mesa desenhada por Marques da Silva; por fim, transversal a todos estes núcleos, uma Helioteca feita de reproduções de fotografias provenientes do arquivo da Fundação em ozalid.
Nesta nova etapa de Pure Print Archeology, nesta EIDOTECA, de novo se volta à origem para compreender o modo como algo sobrevive e se reinventa no tempo, assente na possibilidade de uma contínua reconfiguração do território em que se inscreve.

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Horário e condições de visita

Segunda-feira a Sábado, das 14h às 18h (último acesso às 17h30).
O bilhete de entrada é gratuito para Jovens com idade inferior a 18 anos, inclusive, mediante apresentação de cartão de identificação comprovativo da idade e Estudantes universitários mediante apresentação de documento comprovativo; de 3€ para o público em geral e visitas guiadas; de 1,50€ para seniores, inclusive, mediante apresentação de cartão de identificação comprovativo da idade; e de 2,10€ (desconto de 30 % sobre o bilhete normal de 3,00€) para Portadores de Cartão Porto.

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Ficha Técnica

Curadoria e Coordenação: Graciela Machado (i2ADS/FBAUP); Investigadores Principais: Graciela Machado (i2ADS), Marta Belkot (i2ADS), David Lopes (i2ADS), Marta Cruz (esad-idea); Investigadores Colaboradores: Antonio Regis da Silva (i2ADS), Flor de Ceres Rabaçal (i2ADS); Colaboradores Participantes:
Pedro Ícaro (MAP/FBAUP), Joana Pintor (MIEI/FBAUP), Teresa Bastos (MAP/FBAUP), Chang Chang (LeD/FBAUP); Assistente de montagem: Alexandre Machado, Diogo Ferreira Luís, Bruno Barros (LeD/FBAUP), Beatriz Sá do Couto Monteiro (LeD/FBAUP), Catarina Marques da Cruz (Oficinas Técnicas de Impressão/FBAUP); Design de Comunicação: Thiago Liberdade, Joana Pintor; Apoio ao Projeto (pela Fundação Marques da Silva): João Ferreira Alves, Paula Abrunhosa, Conceição Pratas, Ana Sofia Ramos, Guilherme Gouveia.

Esta exposição foi organizada pela Fundação Marques da Silva, em parceria com o i2ADS da Faculdade de Belas Artes da U.Porto e contou com o apoio do esad-idea.