Uma plataforma revolucionadora que muda as regras do jogo no que toca à cadeia de produção. Zero defeitos na produção é a proposta do projeto openZDM, uma plataforma de colaboração aberta que quer fornecer soluções ciberfísicas avançadas à indústria, criando produtos de alta qualidade, minimizando o desperdício e o consumo de energia e maximizando a eficiência e o retorno dos investimentos.

O consórcio, formado por 20 parceiros de sete países europeus – Portugal, Itália, Irlanda, Luxemburgo, Espanha, Países Baixos e Grécia -, esteve reunido esta semana na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) para debater a produção zero defeitos, os métodos de inspeção não destrutivos e a digitalização dos processos industriais.

“Este é um projeto ligado à perspetiva do processo e à forma como podemos extrair informação para garantir que a qualidade do produto está sempre dentro dos parâmetros desejados, reduzindo o desperdício em termos de produção”, avança Gil Gonçalves, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Informática da FEUP e coordenador local do projeto.

Um dos testes-piloto industriais com aplicação na Sonae. (Foto: DR)

Aplicado num setor tipicamente tradicional, o grupo de trabalho partilhado, coordenado globalmente pelo Laboratory for Manufacturing Systems and Automation (LMS) da Universidade de Patras (Grécia), pretende validar e demonstrar cinco testes-piloto industriais que vão ser executados pelos fabricantes participantes em condições operacionais reais.

Foram selecionados processos específicos onde existe uma maior percentagem de defeitos gerados e um maior impacto em termos de redução de resíduos, abrangendo as indústrias metalomecânica, automóvel, painéis de madeira, embalagens de vidro e baterias.

A iniciativa, financiada pela Comissão Europeia, inclui representantes nas áreas dos fornecedores de tecnologia e desenvolvimento de software; organizações de investigação e desenvolvimento; utilizadores finais industriais; e especialistas em divulgação e crescimento do ecossistema.