Visitas guiadas, mesas redondas, dança, cinema e muita música vão fazer parte de um programa multidisciplinar que, durante os primeiros quatro dias de julho, vai assinalar os 25 anos da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP). Uma festa que vai passar por diferentes espaços da cidade e com entrada livre para toda a comunidade (sujeita a marcação prévia).

As celebrações arrancam a 1 de julho, numa amostra da oferta que se seguirá nos restantes dias. Quando forem 16h30, no Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto, para a primeira mesa redonda vão estar presentes o atual e todos os ex-diretores da Faculdade de Direito da U.Porto. A moderação estará a cargo do Presidente de Conselho de Representantes da FDUP.

Logo a seguir, ficamos com música. Será altura de ver e ouvir a Tuna Académica da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (TAFDUP), composta por estudantes e alumni da FDUP, logo seguidos pelos elementos do Fado Académico na Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Também levando ao palco várias músicas originais, este Grupo de Fados vai “falar-nos” de amor, saudade e, claro, a Academia do Porto.

“Não Consegues Criar o Mundo Duas Vezes”, de Catarina David e Francisco Noronha.

Depois da música, pode ir jantar mas apenas para depois voltar ao Pátio. Não Consegues Criar o Mundo Duas Vezes é o filme que lhe propomos quando forem 21h00.Quem diria que, no início dos anos 90, quando o hip-hop se estava a desenvolver como expressão artística e cultural nos EUA, um grupo de miúdos deste lado do oceano passava os dias a ouvir Mobb Deep, Wu-Tang Clan, Cypress Hill e De La Soul? Este filme independente, realizado e produzido por Catarina David e Francisco Noronha, foi exibido em festivais nacionais e internacionais, tendo estreado igualmente nas salas comerciais portuguesas. A sessão vai contar com a presença dos realizadores.

Começar o dia com uma visita guiada

No dia seguinte, na sexta-feira de 2 de julho, temos uma proposta matinal. Às 10h00, venha connosco numa guiadas à antiga Cadeia da Relação do Porto, onde hoje está o Centro Português de Fotografia e o acervo do Museu Judiciário do Tribunal da Relação do Porto. Aqui cumpriram pena nomes como Camilo Castelo Branco, um dos mais famosos escritores Portugueses, preso por adultério, e o célebre Zé do Telhado, preso por roubo. Sabia que a porta aberta para a Cordoaria, hoje a entrada principal do edifício, foi construída para a ser a passagem direta dos presos? Oportunidade para descobrir este e outros pormenores da antiga cadeia portuense.

À tarde, na Biblioteca do Fundo Antigo do histórico edifício da Reitoria, segue-se uma conversa com intervenientes que, embora com formação em Direito, são conhecidos publicamente por terem seguido outros caminhos profissionais. A discutir estes 25 anos de vida da Faculdade de Direito teremos jornalistas que passaram pelas secretárias da Faculdade de Direito – Manuel Carvalho (Jornal Público), Mariana Oliveira (Jornal Público) e Sara Afonso (jornalista freelancer) -, com a moderação a cargo de Nuno Maia, ex- jornalista e auditor de justiça.

A tarde reserva-lhe, ainda, dois momentos musicais com Salomé Andrade (música pop) e Raimundo Carvalho (canção portuguesa, brasileira e Rhythm & Blues). À noite, regressamos ao cinema. O Passo Suspenso da Cegonha, de Theo Angelopoulos, passa no Auditório Ruy Luís Gomes e traz-nos uma história do início da guerra que marcou a desintegração da Jugoslávia. É uma meditação sobre a desumanidade das fronteiras e sobre os refugiados políticos e económicos, vítimas de diversas “limpezas étnicas”.

Do Pátio do Museu até a República do Mali

Sábado, dia 3 de junho, voltamos a ter uma visita guiada, mas, desta vez, ao Museu Judiciário do Tribunal da Relação do Porto, integrado no Palácio da Justiça do Porto. É lá que estão os emblemáticos processos de Camilo Castelo Branco, Ana Plácido, Zé do Telhado e do médico Urbino de Freitas. Começa às 10h00. Ainda assim, é muito para ver numa só manhã? Não há problema. Voltamos no dia seguinte!

“Timbuktu”, filme de Abderrahmane Sissako.

À tarde, as atividades começam às 15h00 na Biblioteca do Fundo Antigo do edifício histórico da Reitoria. A  Sociedade de Debates da U.Porto vai ter por tema os 25 anos da casa, claro está e, logo a seguir, A voz dos objetos vai levar-nos a conhecer o polígrafo que pertence ao Laboratório da Escola de Criminologia da Faculdade de Direito, a única, a nível europeu, a possuir um Laboratório munido com equipamentos de Psicofisiologia. A tarde vai trazer ainda Tango Argentino, Dança Jazz, Fado e, à noite, voltamos ao cinema. Timbuktu é o filme de Abderrahmane Sissako que, na Casa Comum, também no edifício da Reitoria, nos vai levar até uma pequena cidade no norte de Mali, onde a vida dos moradores é controlada por extremistas religiosos.

A vida como ela é, num tribunal

No domingo, dia 4 de junho, às 10h00, e tal como prometido, começamos o dia no Museu Judiciário do Tribunal da Relação do Porto. À tarde, a partir das 15h00, na Biblioteca do Fundo Antigo, e com a colaboração da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito, vamos ter A Constituição em 30 minutos A União Europeia em 30 minutos sessões que, para os mais jovens, funcionarão como um momentos pedagógicos. Para se ter uma ideia mais concreta do que é o quotidiano da vida de um tribunal, ficamos depois com a simulação de um julgamento que irá integrar advogados e magistrados.

Para terminar estes 4 dias de festa, uma história, em três momentos históricos, sobre emigração e um país em mutação: A China. Se as Montanhas se Afastam é o filme de Jia Zhang-ke que passa na Casa Comum e encerra este programa que convida toda a cidade a fazer parte deste momento de encontro, reencontro e celebração de um quarto de século da Faculdade de Direito da U.Porto. 

Pode conferir todas as sessões e os respetivos horários aqui. A entrada é livre, embora sujeita a marcação prévia no portal Eventbrite. Para reservar bilhetes procure o evento aqui.