Estudo destaca as dificuldades sentidas pelos infetados no contexto laboral (Foto: DR)

A infecção VIH/SIDA “não é apenas uma condição de saúde, mas também uma condição social, limitadora de oportunidades e processos” a nível laboral. Esta é uma das conclusões que se podem encontram em “Diagnóstico da infecção VIH/Sida: representações e efeitos nas condições laborais”, um estudo coordenado por Isabel Dias, docente  do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e investigadora do Instituto de Sociologia (IS), que acaba de ser lançado em livro.

Realizado a partir de um inquérito por questionário feito a 1634 pessoas infetadas, maiores de 18 anos, que recorrem aos serviços de saúde de 14 dos maiores hospitais portugueses (Lisboa, Porto, Coimbra e Algarve), o estudo conclui que o trabalho não perdeu importância para os indivíduos infectados. Demonstra-se ainda que fatores como a escolaridade, a qualificação profissional, o género ou o desemprego, combinados com a infeção, influenciam quer o seu maior ou menor impacto no trabalho dos indivíduos, quer o modo como estes experienciam e representam a sua nova condição de saúde e de vida.

Para além de trazer conhecimento cientificamente informado sobre as experiências das pessoas com VIH/sida no mundo laboral, o estudo / livro revela que são inúmeras as dificuldades sentidas pelos trabalhadores com VIH/sida, o que exige a implementação de estratégias concertadas, sustentadas e multissetoriais para a erradicação das consequências do vírus no contexto laboral.

O estudo resultou de um protocolo entre o Alto Comissariado da Saúde (ACS)/Coordenação Nacional para a Infeção VIH/sida (CNSIDA) e o Departamento de Sociologia da FLUP. Contou ainda  com a participação de Luisa Veloso, Eduardo Vitor Rodrigues, Marianela Ferreira, Helena Carvalho, Angélica Relvas e Joana Zózimo.