Nas regiões mais periféricas do país, o acesso a cuidados de saúde pode representar, por vezes, alguns obstáculos para as populações. Na tentativa de ajudar a minimizar o problema, 36 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) rumaram ao município de Vinhais, em Bragança, com o objetivo de promover “mais e melhor saúde” junto da comunidade local.

Ao longo de uma semana (5 a 11 de setembro), os estudantes de Medicina desenvolveram uma série de atividades, como rastreios de doenças cardiovasculares e diabetes, sessões de envelhecimento ativo, visitas domiciliárias para a prestação de cuidados de saúde primários e pequenas formações em suporte básico de vida.

A par da população sénior, os futuros médicos da FMUP dinamizaram também atividades dirigidas às crianças e adolescentes do município, como o Hospital dos Pequeninos – a iniciativa que visa desmistificar medos associados a uma ida ao médico -, para além de campanhas de sensibilização sobre as doenças sexualmente transmissíveis e sessões de educação para a saúde sexual e reprodutiva.

Formação de melhores profissionais

“O foco desta iniciativa são as pessoas. Quer para nós estudantes, que temos aqui a oportunidade de experienciar uma perspetiva diferente da Medicina e a possibilidade de aplicarmos os nossos conhecimentos, quer para a população, que se sente acarinhada e que recebe alguns cuidados de saúde”, afirma Inês Sousa, estudante do 2.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da FMUP.

Realizada anualmente antes do arranque letivo, a atividade desenvolvida pela Associação de Estudantes da FMUP (AEFMUP) tem também o objetivo de alertar os próprios estudantes para as carências nos cuidados de saúde verificadas nas regiões mais periféricas do país. Desta forma, “somos sensibilizados para o papel crucial que poderemos vir a desempenhar enquanto futuros profissionais de saúde”.

Para Daniela Pires, que integra a “equipa médica” do Medicina Vai há três anos consecutivos, “são iniciativas como esta que contribuem para sermos profissionais mais empáticos, além de nos colocar em contacto com outras realidades e outros aspetos do país, o que é essencial para a nossa profissão”.

No final da semana, o balanço foi “extremamente positivo” e a população local demonstrou ter ficado “rendida” aos futuros médicos da FMUP.

Esta foi a décima edição do Medicina Vai, que em anos anteriores percorreu o país de norte a sul, em locais como Albergaria-a-Velha, Alter do Chão, Armamar, Baião, Coruche, Sesimbra e Óbidos.