Um software que pretende transformar a forma como os dados são guardados (LUPITAS), um sistema de monitorização inteligente dos recursos energéticos e hídricos de uma casa (Happy Place), uma solução digital que ao usar informações sobre utilizadores e técnicas de inteligência artificial, faz a recomendação de conteúdos televisivos (HRS), um sistema de scoring de crédito bancário com base em dados alternativos (Bank Credit 4 All) e uma aplicação de telemóvel que integra desafios físicos, personalizados às características do utilizador (Hércules). São estes os cinco vencedores do Data Challenge, o programa que tem como objetivo apoiar ideias de negócio nascidas na academia e que desenvolvam soluções para os desafios da indústria na área dos dados.

Durante seis semanas, este programaorganizado pela UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e pelo UC Business da Universidade de Coimbra e promovido pelo Santander Universidades – apoiou 19 ideias de negócio e 35 participantes a desenvolverem ideias de negócio para  40 desafios na área dos dados, apresentados pela indústria.

Tendo mobilizado mais de 400 pessoas e 12 finalistas, o Data Challenge organizou, ainda, Industry Talks — com a participação de empresas como Prozis, Oh!MySnacks, Altice e Voxel Maps —, workshops — sobre temas como design thinking, inteligência artificial, machine learning, Data Ignite, Product Market Fit, Pitch training —, masterclasses e mentorias com os projetos.

Cristina Dias Neves, Diretora do Santander Universidades, considera que “o Data Challenge foi um sucesso. Serviu para dar relevo a uma área que é fundamental e transversal a qualquer atividade – a ciência de dados – e permitiu, pela qualidade dos projetos e pelas diversas iniciativas que se foram realizando, criar uma espírito de cooperação entre todos os participantes – estudantes, investigadores, instituições de ensino superior e empresas – que é fundamental para impulsionar a inovação e o empreendedorismo de raiz universitária.

Maria Oliveira, Diretora de Negócios da UPTEC, afirma que “o Data Challenge conseguiu juntar a indústria, a academia, estudantes e ideias de negócio que têm tudo para chegar muito longe. Este programa queria aproximar os estudantes aos desafios da gestão, valorização e segurança de dados da indústria e não podíamos estar mais satisfeitos com a qualidade dos projetos, assim como com a participação dos nossos parceiros da indústria e da academia.”.

“O Data Challenge permitiu-nos ser melhores”

Das 19 equipas a concurso apenas cinco foram premiadas pela Altice, Bluepharma, Bosch, Prozis, Santander, parceiros da indústria. Cada vencedor do programa levou para casa um prémio monetário de 2 500 eurosincubação gratuita na UPTEC ou Universidade NOVA e, ainda, uma formação em temas de inteligência artificial, no valor de 10 000 euros, pelo I2A2.

Francisco Alves, estudante da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), e membro do LUPITAS — um dos projetos vencedores —, refere que “o Data Challenge permitiu-nos ser melhores. Isto engloba a competição extremamente qualificada, que nos motivou a trabalhar afincadamente, a orientação dos mentores e dos mais variados profissionais altamente qualificados, que deram pareceres bastante valiosos em todos os momentos”.

Para Martim Silva, estudante da Faculdade de Engenharia da U. Porto (FEUP) e criador do Bank Credit 4 All, o programa “foi importante para a concetualização da ideia e formação de um plano de trabalho”. Já Diana Afonso, também estudante da FEUP e responsável pelo Hércules, juntamente com um colega do ISCAP, confirma que “as mentorias individuais foram impactantes, pois permitiram sempre levantar pontos interessantes e inovadores.”

No que toca aos restantes vencedores do Data Challenge, Rui Simões, da Universidade da Beira Interior e um dos cérebros do Happy Place, considera que o programa fomentou “a motivação e o espírito competitivo para seguir e desenvolver uma ideia que já existia, mas que nunca tinha visto a luz do dia”. Já os promotores do HRS, todos oriundos da Universidade NOVA de Lisboa, defendem que a grande mais-valia do programa foi “o acesso a ferramentas e contactos que antes seriam impossíveis de obter”.

Note-se que entre os parceiros académicos do Data Challenge constavam a Universidade Beira Interior, Universidade de Coimbra, Universidade de Évora, Universidade Nova Lisboa, Universidade da Madeira, Universidade do Porto e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.