As avaliações de situações clínicas realizadas pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), no último fim de semana, no Hospital das Forças Armadas – Polo do Porto (HFAR-PP), “corresponderam totalmente” às expetativas dos docentes e dos mais de 250 estudantes do 3.º ano do Mestrado Integrado em Medicina.

De acordo com Cristina Granja, professora da FMUP, esta primeira atividade decorrente do recém-criado Centro Clínico Universitário D. Pedro V foi “um excelente momento de aprendizagem, que possibilitou aos futuros médicos treinar as suas competências e o modo de atuação na abordagem ao doente em cenários reais”.

Reconhecido a nível internacional como OSCE (Objective Structured Clinical Examination), este método de avaliação, pouco utilizado em Portugal, permite aferir competências de forma objetiva, através de observação direta.

“Consiste num teste preciso, objetivo e reprodutível, permitindo avaliar os estudantes e profissionais de saúde de forma uniforme para um vasto leque de competências clínicas”, acrescenta a coordenadora científica da área de Simulação Médica da FMUP.

Na opinião de Natércia Teixeira, uma das 260 estudantes que participaram nos OSCE, este tipo de avaliações revelou “ser muito pertinente” por se tratar de uma “simulação bem aproximada” da que irá ter daqui a uns anos enquanto futura médica.

As “consultas” foram monitorizadas por mais de 30 professores da FMUP, de diferentes áreas de especialidade clínica. (Foto: FMUP)

Experiência benéfica para o futuro

Em cada um dos 12 gabinetes médicos do HFAR-PP, cada estudante de medicina teve de enfrentar, num ambiente realista de consulta, uma de três situações clínicas prevalentes, nomeadamente, um episódio de falta de ar, outro de dor no braço e outro motivado por um desmaio.

“Ainda que estas sejam situações simuladas com atores, o contacto com pessoas reais é extremamente importante e benéfico para a formação médica e acredito que todos os estudantes de medicina deveriam passar por esta experiência”, sublinha Natércia Teixeira.

Ao tratar-se de uma nova experiência, os estudantes relataram ter enfrentado este desafio “com algum nervosismo e incerteza”, no entanto, “a preparação e as informações recolhidas foram mais do que suficientes para sabermos que tipo de perguntas fazer e sobre o que deveríamos incidir mais em cada estação”.

Resultante do acordo de cooperação institucional assinado no final de novembro, entre a FMUP e o Estado-Maior-General das Forças Armadas, o Centro Clínico Universitário D. Pedro V pretende abrir portas a uma colaboração recíproca no âmbito das atividades de ensino, investigação e prestação de serviços clínicos em ambulatório e internamento.