Daniel Fernandes, André Correia, Gonçalo Leão, Pedro Gomes e Margarida Viterbo são cinco dos 11 membros do projeto. (Foto: DR)

Um grupo de estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) juntou-se à Câmara Municipal de Tondela para ajudar a prevenir incêndios florestais. Após a tragédia do ano passado, o projeto “Floresta Segura” pretende ajudar a identificar proprietários de terrenos a necessitar de limpeza, através de uma aplicação móvel.

A ideia surgiu na sequência dos incêndios que atingiram aquela zona do país, em outubro do ano passado ,e numa visita do Departamento de Engenharia Informática, liderada pelo seu diretor, João Cardoso. Percebeu-se que “um dos grandes problemas é não existir um cadastro florestal completo e rigoroso do território de Tondela, a indicar a quem pertence cada território”, de acordo com os responsáveis. Então, o grupo de estudantes comprometeu-se a encontrar uma solução para o problema. Foi assim que “nasceu” a APPly, uma «empresa fictícia» criada para concretizar o projeto, no âmbito da unidade curricular de Laboratório de Gestão de Projetos.

O município contactou a FEUP e mostra-se feliz com a aceitação do projeto. “Contar com a colaboração de instituições como a FEUP revela-se uma ferramenta fundamental para a estratégia a desenvolver no futuro”, afirmou o vereador Miguel Torres da Câmara de Tondela, instituição líder do projeto.

Os estudantes visitaram Tondela no passado dia 27 de março. Acompanhados pelo Grupo de Intervenção Prevenção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR), o grupo visitou os locais afetados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro de 2017.

Os estudantes estiveram em Tondela a visitar os locais afetados pelos incêndios de 2017. (Foto: DR)

“O principal objetivo passa por otimizar o trabalho do GIPS da GNR através de uma aplicação móvel para identificação dos proprietários dos terrenos com necessidade de limpeza e para a recolha e armazenamento de informação relevante para prevenir futuros incêndios desta magnitude. Esta informação inclui o tipo e densidade de vegetação, que afeta a probabilidade e velocidade de combustão do terreno”, explica a empresa. A APPly pretende ainda  promover uma cidadania mais ativa ao permitir que os cidadãos contribuam com dados e denúncia de problemas na aplicação.

As funcionalidades em concreto ainda não estão definidas. O projeto vai ser desenvolvido conforme as necessidades e feedback do cliente, pelo que vão ser determinadas em simultâneo com o crescimento da aplicação. “Iremos, como é óbvio, tentar desenvolver o máximo de funcionalidades possível, mas iremos privilegiar a qualidade do produto final”, garante Gonçalo Leão, estudante responsável pela “Floresta Segura”.

As novidades deverão estar prontas a 25 de maio, embora a data não seja definitiva. “Os primeiros resultados que poderemos apresentar estão esperados para o final do mês de maio”, explicou o estudante. Gonçalo Leão referiu ainda que “cada empresa terá também a apresentação final dos seus projetos no dia 8 de junho”.

Por agora, está terminada “a fase de conceção do projeto, em que estivemos a desenvolver alguns documentos para os nossos clientes a detalhar os requisitos do projeto e a arquitetura do sistema”, explica. Nos próximos dois meses, dá-se o desenvolvimento em concreto – “desenvolvimento do código em si” – a ser executado a partir de um contacto com o cliente.

A equipa conta com 11 estudantes dedicados ao projeto. No entanto, há ainda 47 integrados na equipa da APPly, que pretendem desenvolver soluções de software em diversos âmbitos e para outros projetos. Além do Município de Tondela, a APPly tem como clientes a IT Sector, a Comparty e a FEUP Link.

O projeto está a ser orientado por Ademar Aguiar, professor na FEUP especializado em Engenharia de Software, e integra estudantes de Engenharia Informática e Computação, Multimédia, Engenharia de Serviços e Gestão da FEUP, bem como estudantes de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes (FBAUP).