O que une João Carvalho, Klára Sofia Varga e Sara Couto? Todos são estudantes de 1.º ano da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e são os autores do “ATMOS”. O projeto, desenvolvido ainda enquanto estudantes do Colégio Luso-Francês, conquistou o 1.º Prémio na categoria de “Ciências Naturais” no Virtual Forum “Step into the Future” 2021, sediado em Moscovo, na Rússia.

O projeto ATMOS – que contou com a colaboração de Rita Rocha, então professora dos estudantes, e também alumna da FCUP – pretende quantificar a retenção de material particulado nas paredes verdes arbóreas e, por outro lado, apresentar uma nova metodologia, para a calcular. O trabalho conta com o apoio científico da Universidade de Aveiro.

O concurso internacional contou com a participação de mais de 1000 jovens, oriundos de 23 países da Europa, Ásia e África. O ATMOS foi um dos dois projetos a representar Portugal na iniciativa.

Os jovens cientistas João Carvalho, Klára Sofia Varga e Sara Couto, estudantes de Bioquímica, Ciência de Computadores e Biologia, respetivamente, estiveram também em destaque já em 2020, ao vencer a 28.ª edição do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores, promovido pela Fundação da Juventude em parceria com a Ciência Viva.

O ATMOS – Quantification of the Ecosystem Services provided by Living Green Walls for Atmospheric Pollutants Removal foi também apurado para representar Portugal na final europeia do Concurso EUCYS – European Union Contest for Young Scientists, que terá lugar em Salamanca, em setembro de 2021.

Uma ideia dos jovens cientistas

O projeto “ATMOS” parte da premissa de que anualmente, em Portugal, morrem prematuramente 6630 pessoas devido à poluição do ar, principalmente causada pelo tráfego automóvel.

O “material particulado”, conhecido por “PM” é responsável por mais de 50% desta má qualidade do ar. A pensar nisso mesmo, os três jovens cientistas estão a desenvolver um projeto que permita quantificar a retenção do material particulado.

Para isso, criaram os amostradores ATMOS, que possuem uma capacidade de retenção de PM2.5 de 738 g, e um valor económico potencial de 1116 euros. A biomonitorização proposta revela-se uma metodologia alternativa de aquisição e análise de dados fácil e económica, face às existentes.