Cláudia Martins, estudante do primeiro ano de doutoramento em Ciências Biomédicas, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), e a desenvolver o seu trabalho de investigação no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida com um «Early Career Investigator Prize» no âmbito de uma Ação de Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (COST), denominada Nano2Clinic.

O prémio, no valor de 2500 euros, distingue a “excelência do trabalho de investigação” apresentado por Cláudia Martins na Conferência da Ação, que se realizou em finais de outubro, em Riga, na Letónia.

“O meu trabalho centra-se no desenvolvimento de uma nanomedicina oncológica para a quimioterapia do glioblastoma, um tipo de tumor cerebral que, apesar de grandes esforços, permanece praticamente intratável, com uma média de sobrevivência a rondar os 15 meses”, explica a jovem investigadora.

O principal objetivo de Cláudia Martins passa por criar uma estrutura de nanomedicina, carregada com uma diversidade de quimioterapias, e enviá-la diretamente para o cérebro. Desta forma, será possível “transportar” os tratamentos  através da barreira hematoencefálica e direcionar o medicamento para o glioblastoma.

O trabalho premiado, intitulado «Synthesis of biologic-responsive polymers for the manufacturing of docetaxel-loaded nanoparticles for glioblastoma chemotherapy», está a ser desenvolvido no «Nanomedicines & Translational Drug Delivery Group» do i3S, liderado por Bruno Sarmento, e resulta de uma colaboração direta com o investigador Marco Araújo, do grupo «Bioengineered 3D Microenvironments Group», e Jonathan W. Aylott, da Universidade de Nottingham.

“Uma enorme motivação”

O prémio permitirá a Cláudia Martins participar numa conferência internacional à escolha, onde terá “a oportunidade única” de apresentar os resultados obtidos na fase inicial do doutoramento. Mas, sobretudo, “é uma grande honra, pois demonstra o reconhecimento dos «passos de bebé» que o trabalho realizado durante este primeiro ano”.

Para a investigadora, a distinção representa igualmente “uma enorme motivação para prosseguir com o meu trabalho de investigação e confiar no seu potencial”.

O «Early Career Investigator Prize» foi atribuído entre os Investigadores em Início de Carreira pertencentes aos Países Alvo de Inclusão da Ação COST e que tiveram a oportunidade de ser selecionados para fazer uma comunicação oral na conferência.