Sara Freitas, estudante de mestrado em Física Médica na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), conquistou o Prémio de melhor poster  – Best Poster Awardatribuído no âmbito de uma das maiores conferências internacionais de magnetismo, a InterMag 2021, quedecorreu em finais de abril, em formato online.

Atualmente a fazer investigação no Instituto de Física de Materiais Avançados, Nanotecnologia e Fotónica (IFIMUP), sob orientação dos investigadores João Horta Belo e Célia Sousa, Sara Freitas está a trabalhar na produção e otimização de nanoestruturas da liga metálica à base de ouro e ferro.

O objetivo é que as nanoestruturas possam depois ser inseridas na corrente sanguínea no combate às células tumorais. “Estas nanoestruturas já são produzidas, mas há muito pouco trabalho feito nesta área e necessitamos de mais informação sobre o formato e a quantidade de ferro e de ouro estas necessitam para funcionar”, explica João Horta Belo.

“Conquistar este prémio é sem dúvida algo muito motivador, principalmente por ter entrado neste mundo [da investigação] recentemente. Tenho sem dúvida de agradecer o voto de confiança e ajuda dos meus orientadores e de todas as pessoas que contribuíram para este trabalho porque sem eles não teria conquistado este prémio que me traz bastante visibilidade enquanto uma jovem cientista”, reconhece Sara Freitas.

Porquê o ouro e o ferro?

Os investigadores estão a usar estes dois materiais pela sua capacidade de absorver o calor, podendo eliminar as células cancerígenas através de um fenómeno designado por hipertermia, ou seja, o sobreaquecimento das células.

Enquanto o ouro gera calor através da absorção de radiação infravermelha, o ferro gera calor quando sujeito a um campo magnético alternado (estímulo idêntico ao usado no processo da ressonância magnética).

Através da mistura dos dois elementos numa só nanoestrutura pretende-se tirar partido da sinergia dos dois efeitos, maximizando a sua capacidade de aquecimento e consequentemente o seu efeito terapêutico.