A Estação Litoral da Aguda (ELA), instituição parceira do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, e gerida pela empresa municipal Águas de Gaia, SA, anunciou recentemente a construção de um novo Centro de Mergulho e Talassoterapia da Aguda (CEMTA). A infraestrutura, que deverá ficar concluída dentro de quatro anos e cuja gestão ficará a cargo do Departamento de Educação e Investigação da ELA, vai ser construída no terreno do atual parque de estacionamento, propriedade da Câmara Municipal de Gaia, e contará com uma área de cerca de 1800 metros quadrados.

O projeto, da autoria do Gabinete de Arquitetura Vítor Hugo, Coordenação e Gestão de Projetos, S.A., primeiro classificado no concurso público lançado pelo Município de Gaia, contempla um Setor de Mergulho, um Setor de Talassoterapia e uma Área de Apoio com Parque de Estacionamento.

O Setor de Mergulho do novo centro vai incluir uma piscina interior com 15 metros de profundidade, abastecida com água do mar, balneários e áreas técnicas no interior e exterior.

Este espaço permitirá albergar cursos de mergulho, treinos de manutenção para o público em geral e treinos especializados para pessoas portadoras de deficiência, bombeiros e polícia marítima. Pretende-se desta forma fornecer à vasta comunidade de mergulhadores amadores, estudantes, professores e investigadores nacionais e estrangeiros uma sólida base de apoio, novos serviços e oportunidades numa área em grande expansão a nível nacional.

Uma vez em funcionamento, o Centro de Mergulho irá também emitir certificações internacionais PADI de todos os níveis. Para tal, irá efetuar um registo como PADI “DIVE CENTER” (o nível inicial) e, à medida que vá progredindo (tal como um mergulhador), poderá chegar a PADI – “5 STAR” CDC ou tornar-se um PADI – “NATIONAL GEOGRAPHIC DIVE CENTER”, cujo registo será feito junto do Instituto de Desporto de Portugal, anexando à certificação internacional um título nacional de mergulho.

Áreas de lazer e uma residência para estudantes em equação

Quanto ao Setor de Talassoterapia, será equipado com uma piscina interior de água do mar aquecida, balneários e salas de tratamentos para massagens, hidroterapias, tratamentos corporais e faciais com algas, sais, areias e lamas marinhas, aproveitando os recursos locais e comprovado com um alvará de animação turística emitido pelo Turismo de Portugal.

Por fim, a Área de Apoio contará com uma pequena unidade hoteleira com quartos duplos, terraço e piscina exterior de água doce. Está ainda prevista a instalação de uma área residencial para estudantes com quartos de beliches, um restaurante/cafetaria, e uma loja de desportos náuticos para venda e/ou aluguer de canoas, pranchas de “surf” e “bodyboard”, equipamentos de mergulho e pesca desportiva, e bicicletas.

Paralelamente, será ainda construída uma ampla garagem – que representará o espaço físico de ligação com a Estação Litoral da Aguda – onde poderão ser estacionadas duas viaturas de serviço e um atrelado com bote pneumático. O Parque de Estacionamento subterrâneo público terá espaço para 50 a 60 carros de utentes do CEMTA, bem como do público em geral.

Aposta no mergulho científico

Para o diretor da Estação Litoral da Aguda Mike Weber, este investimento representará, para “os estudantes e docentes de Ciências do Meio Aquático (CMA) do ICBAS, bem como para os cientistas do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, um especial interesse, pois fornecerá um importante oportunidade de aprender e aperfeiçoar o mergulho científico ao longo de todo o ano.”

O responsável destaca ainda a possibilidade de “enriquecer o Programa de Educação Ambiental no Litoral com visitas de estudo noturnas à zona entre marés, uma vertente do programa reclamada há muito tempo e só raramente realizada devido à falta de possibilidade para um grupo de pernoitar na praia da Aguda.”

Para erguer o novo Centro nos próximos quatro anos, a ELA conta com investimento privado, sobretudo na parte da Talassoterapia e no Setor de Apoio. Neste momento, já se encontra em elaboração um estudo de avaliação financeira, ao qual se seguirão os primeiros encontros com potenciais parceiros. Terminando esta fase, segue então a elaboração do projeto de execução, caderno de encargos e a construção do edifício. “Se tudo correr bem (sem atrasos e aparecimento de grandes problemas), os estudantes de CMA do ICBAS poderão fazer os primeiros mergulhos em 2024”, projeta Mike Weber.

Recorde-se que, atualmente, a Estação Litoral da Aguda conta já com um Museu das Pescas que exibe equipamento antigo e recente, um Aquário que mostra a fauna e a flora aquáticas locais, sobretudo marinhas e, um Departamento de Educação e Investigação dedicado à biologia e ecologia marinhas, aquacultura e pesca artesanal.