Jorge Custódio é considerado um dos grandes especialistas portugueses em património industrial (Foto: Carlos Seixas)

Chama-se “Técnica e Civilização”, consiste numa reflexão sobre a ambivalência da tecnologia – a derradeira responsabilidade pelo lugar da máquina na sociedade recai sobre a civilização – e a tradução portuguesa vai ser apresentada no próximo dia 3 de abril, às 12h45, na Biblioteca da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Considerada uma obra de grande relevância para a história da tecnologia a obra original data de 1934 é assinada por Lewis Mumford, filósofo, historiador, escritor e humanista de referência do séc. XX, que defendia uma renovação do Homem, em nome do vital e do genuíno, e o recentrar do ser deslumbrado pela evolução tecnológica que então imperava.

A tradução do livro contou com a orientação científica de Jorge Custódio, fundador da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI), atual investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e especialista em património industrial, e será o próprio a apresentar a obra na FEUP. Tempo ainda para uma breve reflexão sobre a importância de estudos como a presente obra de Mumford para a formação em Engenharia, em particular da Engenharia Mecânica, liderada por Paulo Tavares de Castro, Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMec).

A sessão vai decorrer na Sala de Exposições do Piso 0 da Biblioteca da Faculdade de Engenharia. A entrada é livre.

Mais informações sobre a obra disponíveis aqui.

Sobre Lewis Mumford (1895-1990)

Lúcido humanista e luminoso dissidente na marcha por vezes escura do progresso, Lewis Mumford foi filósofo, historiador das técnicas e da cultura, sociólogo e analista do urbanismo contemporâneo.

A sua obra multifacetada abrange mais de seis décadas, e a sua vida repartiu-se pelo estudo do pensamento utopista (História das Utopias, 1922), da evolução paranóica da sociedade industrial (The Myth of the Machine, 1967-70), das etapas essenciais da transformação humana (In the Name of Sanity, 1954, e The Transformations of Man, 1956) e das cidades (The Culture of Cities, 1938, e The City in History, 1961).

Entre os anos 30 e 60, colaborou, como crítico e publicista, com aa publicações New Republic e New Yorker, e lecionou na Universidade de Stanford, afirmando-se como teórico generalista num meio em que dominavam já as especializações académicas.

Autor comprometido e visionário num tempo em que a civilização perdera o rumo, defendia uma renovação do Homem, em nome do vital e do genuíno, e o recentrar do ser deslumbrado pela evolução tecnológica.